Os últimos dias trouxeram notícias difíceis para o Brasil no controle da pandemia do novo coronavírus. Isso porque não houve aceleração do surto em relação ao final de março, mas o aumento dos casos e das mortes se mantém elevado.
Na terça-feira 07, quando contabilizou 13.000 casos confirmados e 667 mortes, o país saltou para a décima quarta posição entre os países com mais infectados. Vinte dias atrás, o Brasil estava bem mais atrás, em trigésimo.
A avaliação foi feita por José Eustáquio, do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“O flagelo do coronavírus no Brasil segue avançando acima do ritmo mundial”, diz Eustáquio.
A análise Eustáqui concluiu que entre os países do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), somos atualmente aqueles que apresentam as maiores taxas de crescimento do número de pessoas doentes pela Covid-19.
“O Brasil (com 210 milhões de habitantes), a Rússia (com 146 milhões de habitantes) e a Índia (com 1,38 bilhão de habitantes) têm taxas de crescimento do número de casos acima do crescimento médio geral. Isto quer dizer que estes 3 países devem ultrapassar o número de casos da China no espaço máximo de um mês”, afirma.
Há um mês, o número de pessoas infectadas na China, no dia 07 de março, foi de 80,7 mil, passando para 81,8 mil no dia 07 de abril (aumento de 1,01 vezes). O Brasil tinha 19 casos e passou para 13,7 mil no mesmo período (aumento de 721 vezes).
A Índia tinha 34 casos e passou para 5,4 mil (aumento de 157 vezes). A Rússia tinha 14 casos e passou para 7,5 mil (aumento de 536 vezes) e a África do Sul tinha somente 1 caso em 07/03 e passou para 1,75 mil em 07/04 (aumento de 1,7 mil vezes), conforme gráfico abaixo.