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Brasil tem 114 mortes por Covid-19 e Mandetta defende isolamento

Ministro da Saúde foi na contramão do discurso de Jair Bolsonaro e fez alerta para o uso da cloroquina: ‘Vamos nos pautar pela ciência’

Por Redação
Atualizado em 28 mar 2020, 19h22 - Publicado em 28 mar 2020, 18h57
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  • O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, divulgou novos dados sobre a pandemia do coronavírus no Brasil, na tarde deste sábado, 28. Segundo o pronunciamento feito à imprensa, e divulgado nas redes sociais do ministério, o Brasil tem hoje 3.904 casos confirmados e 114 mortes. São Paulo tem o maior número de casos, são 1.406, e o Rio, em seguida, tem 558. Dez estados apresentaram óbitos. Até o momento, são 569 pessoas internadas com teste positivo para a Covid-19: não estão contabilizados os casos suspeitos. 

    Mandetta contrariou o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro, que defende um isolamento vertical, com o retorno de boa parte das atividades do país. O ministro afirmou que deve ser necessária uma ampliação da quarentena, com padrões parecidos, em todo o território brasileiro.

    “Nós estamos falando de vida. Vamos nos pautar pela ciência, nós vamos adotar medidas por critérios científicos e vamos fazer planejamento. Agora, temos que ter calma e frieza. O nosso sistema de saúde tem estruturas fortes”, disse Mandetta.

    Ele ainda reforçou que os números apresentados até o momento são transparentes, rechaçou a ideia de que jovens não correm riscos e de como eles são, também, grandes transmissores da doença.

    Cloroquina

    O Ministério da Saúde divulgou ainda uma nota técnica sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina em casos graves, com pacientes hospitalizados, infectados pelo novo coronavírus. O protocolo prevê cinco dias de uso, em complemento a outras medidas como auxílio para respirar e medicação contra febre e mal-estar.

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    Os medicamentos, porém, não devem ser administrados fora dos hospitais. Segundo a nota, dentre os efeitos colaterais, estão lesões na retina, prejudicando a visão, e distúrbios cardiovasculares.

    “Esse medicamento pode dar arritmia cardíaca, pode paralisar a função do fígado. Então, se sairmos com a caixa na mão falando ‘pode tomar’, nós podemos ter mais mortes por mau uso do medicamento do que pela própria virose”, enfatizou Mandetta.

    Apesar de alguns estudos indicarem que os medicamentos podem conter a Covid-19, ainda não existem evidencias conclusivas sobre os efeitos das substâncias nesse tipo de tratamento.

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    Distribuição

    Na sexta-feira, 27, o Ministério começou a distribuição para os estados de 3,4 milhões de unidades dos dois medicamentos para uso em casos graves de infecção pelo novo coronavírus.

    Os remédios já são distribuídos pelo Sistema Único de Saúde para o tratamento de malária, que também é uma virose, e de doenças autoimunes (quando o sistema imunológico causa inflamações) como lúpus e artrite reumatoide.

    (Com Agência Brasil)

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