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Brasileiro teme desemprego por causa da Covid-19, aponta pesquisa da CNI

Apesar disso, 86% dos pesquisados concordam com a medida de isolamento social

Por Nonato Viegas Atualizado em 7 Maio 2020, 05h08 - Publicado em 7 Maio 2020, 00h01
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  • Levantamento da FSB Pesquisa, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que 77% dos brasileiros estão com medo de perder o emprego como resultado da retração da economia provocada pelo novo coronavírus. A pesquisa registra que 23% dos entrevistados já perderam totalmente sua renda, enquanto 17% amargaram queda no poder de compra desde o início da crise sanitária.

    Se antes da pandemia 38% dos brasileiros estavam endividados, de acordo com a CNI, agora o patamar chega a 53%. Dos entrevistados que têm dívidas, 40% afirmam que já estão com algum pagamento em atraso. Entre esses inadimplentes, seis em cada dez passaram a atrasar suas parcelas nos últimos 40 dias. Apesar do forte impacto econômico provocado pela pandemia, 86% concordam com o isolamento social como forma de conter o alastramento das contaminações. A pesquisa mostrou ainda que, para 80%, a situação da pandemia da Covid-19 é grave.

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    Passados a fase mais aguda da doença e o isolamento social, só 30% dos brasileiros falam em voltar a uma rotina igual à que tinham antes. Durante a fase de quarentena imposta pelos governos locais para não colapsar o sistema de saúde, 93% dizem ter mudado a rotina: de cada quatro brasileiros, três disseram que reduziram seus gastos após o início das medidas de isolamento social. Os motivos, disseram os pesquisados, envolvem insegurança quanto ao futuro (42%) ou queda imediata na renda (30%). Um quarto dos entrevistados colocam na conta do isolamento a redução de seus gastos.

    Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, as atenções devem estar voltadas para a preservação de vidas sem deixar de lado a preocupação com a sobrevivência das empresas e a manutenção dos empregos. “As atenções dos governos, das empresas e da sociedade devem estar voltadas, prioritariamente, para preservar vidas. Entretanto, é crucial que nos preocupemos também com a sobrevivência das empresas e com a manutenção dos empregos. É preciso estabelecer uma estratégia consistente para que, no momento oportuno, seja possível promover uma retomada segura e gradativa das atividades empresariais”, diz.

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    O levantamento FSB-CNI também apurou a disposição para o consumo de bens nos próximos três meses. De 11 itens pesquisados, dois despontam como os de maior interesse para o consumidor: roupas (34%) e calçados (31%) – a aquisição de eletrodomésticos, eletroeletrônicos e móveis despertam o interesse de menos de 10% dos brasileiros.

    Sobre voltar a frequentar supermercados, bares e restaurantes, shopping e o comércio de rua, a pesquisa apontou 76% falam em ir ao supermercado como antes ou até ampliar a frequência. Sobre o comércio de rua, 57% dizem que vão manter ou ampliar a comparecimento a esse tipo de estabelecimento. A população se divide em relação aos shoppings: 47% falam em manter ou aumentar a frequência e 48%, em reduzir. E, por fim, há 44% dizendo que manterão ou ampliarão a ida a bares e restaurantes e 52% dizendo que reduzirão.

    Outro aspecto investigado na pesquisa foi o comportamento dos brasileiros na volta ao trabalho. Entre os empregados, 43% se dizem seguros para voltar a trabalhar em suas empresas. Há 39% que se dizem mais ou menos seguros, enquanto uma minoria (18%) relata insegurança. Dos entrevistados, 96% concordam ser importante que as empresas adotem medidas de segurança no ambiente de trabalho, como uso de máscaras e distanciamento mínimo entre os colaboradores, e 85% acreditam que essas medidas são eficientes para garantir a saúde dos trabalhadores.

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    O Instituto FSB Pesquisa ouviu 2.005 pessoas de todas as unidades da federação entre os dias 2 e 4 de maio. Os dados têm margem de erro de dois pontos porcentuais. Por conta do isolamento social, as entrevistas foram realizadas por telefones fixos e móveis, em amostra representativa da população brasileira a partir de 16 anos.

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