Butantan exporta vacina contra a gripe para Cuba pela primeira vez
Compra de imunizantes por países-membros da Organização Pan-Americana de Saúde cresceu 484% em relação a 2022
Pela primeira vez na história, o Instituto Butantan está exportando vacinas contra a gripe para Cuba. A compra ocorre por intermédio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) — braço da Organização Mundial de Saúde (OMS) no continente americano — e também contempla Colômbia, Bolívia, Uruguai e Nicarágua, totalizando 5,4 milhões de doses exportadas desde o dia 27 de março. Em relação a 2022, o fornecimento da vacina contra a influenza para países-membros da Opas cresceu quase 500%.
A cooperação entre Brasil e Cuba na área médica ganhou notoriedade com o programa Mais Médicos, lançado em 2013 no governo Dilma Rousseff. Na época, o governo brasileiro fechou uma parceria com o país — então presidido por Raúl Castro — para preencher as vagas ociosas no programa com médicos cubanos. O modelo da parceria gerou controvérsia, já que a remuneração de 10 mil reais mensais era paga diretamente ao governo de Cuba e repassado aos profissionais no Brasil.
O acordo entre os dois países vigorou até 2018, poucas semanas após a vitória de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais, quando o governo de Havana encerrou sua participação no Mais Médicos citando declarações “ameaçadoras e depreciativas” pelo presidente eleito. Durante a campanha, Bolsonaro havia prometido “expulsar os médicos cubanos” e anunciou novas condições para a permanência dos profissionais estrangeiros no Brasil.