A Caixa Econômica Federal rejeitou nesta segunda-feira (8) a recomendação do Ministério Público Federal de trocar seus vice-presidentes. O pedido foi feito após o MPF constatar que quatro dos dirigentes são alvo de investigações da procuradoria e do próprio banco, todos sob suspeita de envolvimento em esquemas de corrupção e favorecimento de políticos.
Os vice-presidentes entraram na mira do MPF por conta de mensagens e documentos que indicam que eles receberam propina para favorecer operações bancárias a pessoas do grupo do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA).
Em nota enviada ao MPF, a Caixa informou que tem um “sistema de governança adequada à Lei de Estatais”. “Isto faz com que a maior parte das recomendações já esteja implementada, em implementação ou em processo de estudo pelas suas instâncias decisórias, antes mesmo de qualquer manifestação do MPF”, diz o texto.
O Conselho de Administração da Caixa aprovou um novo estatuto que dá poderes para que o colegiado afaste dirigentes dos cargos. Essa medida ainda não foi implementada porque ainda depende do aval do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, bem como dos acionistas do banco.
O banco sustenta ainda no texto que os nome dos vice-presidentes foram aprovados pelo Conselho de Administração e afirma que não “há ato concreto“ que justifique a troca dos dirigentes.
Os atuais vice-presidentes “tiveram seus nomes aprovados pelo Conselho de Administração do banco que os encaminhou ao Ministério da Fazenda que, por sua vez, fez a respectiva indicação ao presidente da República”, afirma a Caixa.
CORREÇÃO: Por erro da Caixa, a primeira versão desta reportagem informava que o Conselho de Administração da Caixa havia se manifestado pela permanência dos vice-presidentes apesar do pedido do MPF, o que não ocorreu. O tema ainda será discutido pelo órgão, segundo comunicado emitido posteriormente pelo banco.
(Com Estadão Conteúdo)