O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta terça-feira que a câmera instalada no poste que eletrocutou Lucas Antônio Lacerda da Silva, de 22 anos, foi “instalada indevidamente e em condições técnicas inadequadas”. Lucas morreu após uma descarga elétrica no mastro, localizado no cruzamento entre a avenida da Consolação e a rua Matias Ayres.
Doria, no entanto, afirmou que não vai se posicionar sobre culpados antes de avaliação técnica da Polícia Civil. “Estamos aguardando laudo final da Polícia Civil para um posicionamento final da prefeitura de São Paulo”, disse o tucano.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), responsável pelo poste semafórico, disse que colabora com as investigações e que também aguarda resultado da perícia.
Responsável pela infraestrutura do carnaval de rua de São Paulo, a empresa Dream Factory lamentou o ocorrido com o estudante e reforçou que somente a perícia feita pelos órgãos competentes poderá informar se a causa da morte está ou não associada à instalação das câmeras da GWA System.
A GWA é a empresa subcontratada pela Dream Factory, vencedora da licitação para administrar o orçamento de 20 milhões de reais para a organização dos dias de festa. O valor foi arrecadado através de patrocínio de empresas privadas.
Lucas Antônio Lacerda da Silva, estudante da Universidade Federal do ABC, teve uma parada cardiorrespiratória depois que se encostou em um poste de sinalização para descansar. Ele foi socorrido e encaminhado para a Santa Casa de Misericórdia, no bairro de Santa Cecília, mas não resistiu. O jovem foi enterrado nesta terça-feira 6 no cemitério municipal de Cardoso (a 558 quilômetros da capital paulista).
“O paciente deu entrada no domingo. Vítima de choque elétrico em via pública, sendo reanimado no local do acidente e no transporte para a Santa Casa”, diz nota do hospital. “Ao dar entrada no Pronto-Socorro, apresentava parada cardiorrespiratória, sendo mantidas as manobras de reanimação por 30 minutos, sem resposta”.
O estudante Heitor Henrique Ciciliano, de 21 anos, lamentou a morte do amigo e reforça que e ambulância demorou trinta minutos para chegar ao local. “Deixei apenas um homem que fazia massagem cardíaca ajudá-lo e fui pedir socorro para os guardas municipais que estavam ao nosso lado junto a uma viatura, mas, nas palavras dos guardas, eles não podiam fazer nada, pois não eram treinados para primeiros socorros. Nesse momento, uma mulher que passava junto com o bloco se anunciou como médica e que faria os primeiros socorros. Diria também que um dos problemas do ocorrido foi que a ambulância demorou trinta minutos para chegar”, desabafou.