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Carnaval de SP terá mais patrocínio, mais blocos e mais restrição

Com alta de 30% nos grupos carnavalescos, festa terá patrocínio de quase cinco vezes o valor de 2016 e perto de 400 fiscais para coibir ‘ação fora da regra’

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 19h50 - Publicado em 13 fev 2017, 17h30

Os aumentos do patrocínio privado, do número de blocos e de regras para a festa foram os destaques da entrevista nesta segunda-feira em que o prefeito em exercício de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), e os secretários municipais André Sturm (Cultura) e José Roberto Oliveira (Segurança Urbana) apresentaram a preparação para o Carnaval de Rua da capital paulista, que terá seu calendário oficial entre os dias 17 de fevereiro e 5 de março.

Covas, que substitui o prefeito João Doria (PSDB) – nos Emirados Árabes Unidos em busca de financiamento para as privatizações que pretende promover –, declarou que o objetivo da prefeitura foi “agradar aos dois grandes públicos envolvidos”: os foliões e os moradores das regiões residenciais onde ocorrem as festas. Com o patrocínio de uma grande empresa de bebidas, o Carnaval de Rua contará com 15 milhões de reais em dinheiro privado, quase cinco vezes os 3,5 milhões arrecadados pelo executivo municipal em 2016. No ano passado, o Carnaval custou, ao todo, 11 milhões, com os outros 7,5 milhões bancados pelos cofres públicos.

O aumento dessa verba vai resultar, principalmente, na expansão de 80% do número de banheiros químicos – de 8,1 mil para catorze mil –, no reforço da equipe de limpeza, que contará com 1.506 funcionários (17% a mais do que no ano passado) e na contratação de um contingente de 385 fiscais com a missão de coibirem ações “fora da regra”, como ambulantes não autorizados e uso de garrafas de vidro. A prefeitura não estimou quanto do orçamento total sairá dos gastos públicos, mas diz que será uma quantia “ínfima” comparada à do ano passado.

Vila Madalena

Alvo de algumas das principais polêmicas no Carnaval de São Paulo, a Vila Madalena, região onde os “dois grandes públicos” citados por Covas entraram em conflito nos últimos anos, será centro da aplicação de novas regras pensadas pela gestão Doria. Blocos com previsão de mais de quinze mil pessoas foram movidos da região. Além disso, foi estabelecido o horário-limite de 20h para a dispersão dos que permaneceram no bairro.

Para proporcionar uma opção após esse horário, a prefeitura vai montar dois palcos, um no Vale do Anhangabaú e outro no Largo da Batata, com shows até as 23h. Questionado a respeito da possibilidade de os foliões se recusarem a deixar a região, Sturm disse que “todos os organizadores dos blocos concordaram com os horários”. “É difícil prever o que vamos fazer com quem sai da regra”, afirmou.

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Covas reiterou que a festa não será fechada ou terá cordas de divisão, afirmando que a nova administração manterá o “conceito”, de “um Carnaval aberto, democrático e gratuito”. Sobre os conflitos no “Bloco do Sargento Pimenta”, que aconteceu no sábado, no Memorial da América Latina, na Barra Funda, Sturm afirmou que o evento foi fechado porque foi realizado de forma privada, entre os organizadores do bloco e a direção do Memorial. Covas ressaltou, sobre isso, que a prefeitura só reconhece blocos que saiam às ruas no calendário oficial, a partir do dia 17.

Blocos

Cada vez mais tradicionais no Carnaval da cidade, os blocos de rua tiveram um crescimento de 30% em relação ao número de 2016, chegando ao recorde de 381. Sturm afirmou que “a inscrição de blocos era relativamente simples” e que não serão tolerados blocos não cadastrados. “Quem fizer isso estará colocando a população em risco”, afirmou o secretário.

Ele comentou, também, sobre a polêmica envolvendo blocos grandes, de fora de São Paulo, dos quais a prefeitura pretendia cobrar uma taxa de 240 mil reais, para serem investidos em um esquema especial para um alto número de pessoas na avenida Tiradentes. O secretário alega que a cobrança foi cancelada por conta dos próprios blocos, que desistiram de arcar com os custos. O único destes que ainda sairá é o da cantora baiana Daniela Mercury, indo para a rua no começo de março, em um outro local a ser definido e com uma taxa menor do que a inicial, já que não será mais necessária a montagem da estrutura especial.

A segurança contará ainda com 1.220 bombeiros, policiais militares – em número que não será revelado por razões estratégicas – e mil guardas civis. Outra novidade nesse segmento será uma contribuição de patrocínio, que incluirá segurança privada, em número também não divulgado. Serão oito mil ambulantes, que poderão vender bebidas alcoólicas, água e refrigerante, desde que não estejam em recipientes de vidro.

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