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Carne Fraca: governo afasta 33 servidores e fecha 3 frigoríficos

Operação Carne Fraca, deflagrada nesta sexta-feira, investiga o envolvimento de fiscais federais do Ministério da Agricultura em um esquema com frigoríficos

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 18h38 - Publicado em 17 mar 2017, 18h24

O secretário executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, anunciou nesta sexta-feira que 33 servidores da pasta foram afastados e três frigoríficos foram fechados por envolvimento no esquema revelado hoje pela Operação Carne Fraca, que desvendou um sistema de liberação ilegal de carnes por empresas mediante o pagamento de propina a agentes responsáveis pela fiscalização sanitária.

Segundo Novacki, foram interditados um frigorífico na cidade de Mineiros, em Goiânia, que pertence à BRF, um dos maiores grupos no mercado de carne do país, e dois da empresa Peccin Agroindustrial, em Jaraguá do Sul (SC) e Curitiba (PR). Outros 21 frigoríficos que estão sob suspeita ainda serão investigados por uma força-tarefa montada pelo Ministério da Agricultura.

O esquema desmantelado pela PF seria liderado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio, além de executivos das empresas BRF e JBS, dois dos líderes do setor. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP-MT), informou por meio de nota que será necessário “separar o joio do trigo” e afirmou que o que foi descoberto pelas investigações é “um crime contra a população brasileira, que merece ser punido com todo o rigor”.

A Carne Fraca foi a maior operação da história da PF e contou com aproximadamente 1.100 policiais federais, que estão cumprindo 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, onze de prisão temporária, 77 de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para depor) e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao esquema.

Segundo Novacki, todas as medidas determinadas pelo ministro já foram tomadas. “Não deixaremos nada debaixo do tapete. Nesta gestão não se tolera esse desvio de conduta. Já estamos instaurando todos os procedimentos administrativos, além de criarmos auditorias internas”, disse, lembrando que o ministério tem 11.000 funcionários, sendo 2.300 envolvidos na fiscalização sanitária.

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Para o secretário, o esquema revelado pela PF não representa “fatos cotidianos”. “São fatos isolados, que não representam a postura geral da pasta”, disse. Sobre o sistema de vigilância sanitária, Novacki afirmou que existem falhas “porque o ser humano é falho”. Segundo ele, não há razão para o consumidor brasileiro entrar em “pânico” diante dos fatos revelados pela operação.

“Estamos tomando todas as providências porque de modo algum queremos riscos à vida dos brasileiros. Não há razão para pânico, mas há razão para medidas enérgicas, que já estamos tomando”, afirmou.

 

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