Caso Henry: Jairinho faz planos de casamento dentro da prisão
Vereador cassado é acusado de ter assassinado o enteado, juntamente com a ex-namorada Monique Medeiros, em março de 2021
Preso há três anos e meio, o médico e vereador cassado Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, de 46 anos, tem planos de se casar de novo. O político carioca é acusado de ter assassinado, juntamente com a ex-namorada, a professora Monique Medeiros, o filho dela, o menino Henry Borel, aos 4 anos, no apartamento em que viviam na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O crime ocorreu em 8 de março de 2021. Ela também está presa em uma unidade prisional fluminense.
O novo amor do político atrás das grades não é exatamente tão recente. Jairinho planeja se casar com a servidora pública Fernanda Abidu, de 47 anos, que foi sua namorada na adolescência. Como ele, que nasceu e foi criado no bairro de Bangu, na Zona Oeste carioca, ela também é moradora do bairro. Os dois se conheceram quando ambos tinham por volta dos 10 anos de idade e tiveram um filho – o advogado Luís Fernando Abidu – aos 18 anos. O casal, no entanto, nunca se casou ou morou junto. Jairinho tem ainda mais dois filhos adolescentes, frutos de sua união com a nutricionista Ana Carolina Ferreira Netto, que hoje mora fora do país.
Pelo que VEJA apurou, o casal já comunicou às autoridades a intenção de oficializar o enlace, mesmo com Jairinho estando no Presídio Pedrolino Werling de Oliveira, o Bangu 8, para onde vão presos com ensino superior. Questionado sobre o casamento, o pai do político, o ex-deputado estadual Jairo de Souza Santos, chamado de Coronel Jairo, confirmou os planos, mas ressaltou que no momento a prioridade é “provar a inocência do filho”. E disse ainda: “Faço muito, muito gosto dessa união. A Fernanda é uma grande pessoa, mulher espetacular e, além de tudo, bonita”.
Coronel Jairo contou que desde que o filho foi preso, exatamente um mês após a morte do menino Henry, Fernanda Abidu tem ido religiosamente, às quartas e sábados, visitar seu filho no presídio. “O casamento é o sonho dourado deles, mas, por mim, só deve acontecer depois do julgamento. Nada é mais importante do que resolver essa covardia que fizeram com o Jairinho”, diz o ex-deputado, que insiste a todo instante na inocência do filho.
O vereador cassado é acusado de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, tortura e impossibilidade de defesa da vítima), com aumento de pena por se tratar de menor de 14 anos. Sua ex-namorada, Monique Medeiros, foi denunciada à Justiça também por homicídio triplamente qualificado, mas na forma omissiva imprópria. O laudo pericial aponta que o garoto Henry morreu em decorrência de 23 lesões por “ação contundente”, incluindo laceração hepática e hemorragia interna. Três meses após a morte do menino, um crime que chocou o país, o político foi o primeiro vereador carioca a ter o seu mandato cassado na Câmara do Rio, por unanimidade. Era a quinta vez que ele ocupava uma cadeira na casa legislativa municipal.
Após a morte de Henry, surgiram depoimentos de ex-namoradas de Jairinho o acusando de tê-las agredido e torturado seus filhos. O político e Monique Medeiros irão à júri popular no Rio, sem data ainda marcada.