A região sudeste do país segue em sinal de alerta em meio às previsões de fortes chuvas na região, fruto de uma frente fria recém chegada do oceano. Rio de Janeiro e Espírito Santo, onde já foram registradas mortes neste fim de semana, unem esforços e trabalham junto com o governo federal para mitigar o impacto dos temporais.
“O Ministro do Desenvolvimento Regional do Brasil, Waldez Goes, colocou a estrutura do Governo Federal à disposição do estado para atuar nas fortes chuvas das últimas horas. Da mesma forma, recebi o contato do Governador do RJ, Claudio Castro, se colocando à disposição. A união de esforços é fundamental para enfrentarmos juntos essas situações”, disse o governador capixaba, Renato Casagrande, neste sábado.
Lula foi às redes sociais prestar solidariedade às famílias que perderam parentes, casas e pertences pela força das chuvas. Ele afirmou que a União está em contato constante com os governos estaduais para prevenir e reparar os danos das enchentes.
“Tragédias que se intensificam com as mudanças climáticas. Estamos trabalhando desde o ano passado para fortalecer a Defesa Civil e assistência do governo federal em momentos de crise, e também para aumentar os recursos de obras de prevenção”, escreveu o presidente no X.
O quadro mais crítico é o do Rio de Janeiro – em especial na região serrana do estado. A cidade de Petrópolis decretou situação de emergência desde sexta-feira.
Segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN), o município já registrou um volume de chuvas de 321 milímetros (mm) nas últimas 24h, o maior do país. Na noite de sexta-feira, um deslizamento de terra na região matou quatro membros de uma família.
Ao todo, foram registradas 8 mortes por chuvas no estado do Rio de Janeiro. A vítima mais recente foi encontrada em Teresópolis, também na serra fluminense. O município enfrentou um acúmulo de 260 mm de chuvas e decretou estado de emergência no fim da tarde deste sábado.
Desde sexta-feira, a prefeitura do Rio tem orientado o fechamento de escolas e empresas, e fala que é preciso esvaziar a cidade para minimizar riscos de acidentes graves.
Espírito Santo
A região sul do Espírito Santo também tem sofrido com a mudança de tempo. Com volumes de chuva acima do esperado, o governo capixaba decretou estado de emergência na manhã deste sábado. De acordo com a Defesa Civil do estado, 1,2 mil pessoas estão desalojadas.
O município de Mimoso do Sul registrou quatro mortes e mais sete pessoas estão desaparecidas. Bom Jesus do Norte, na divisa com o estado do Rio de Janeiro, recebeu o maior acumulado de chuva do ES: 304,2 milímetros (mm) em 24 horas, segundo dados divulgados pela manhã.
Próximos dias
Para a noite deste sábado, a previsão ainda é de tempo instável, com nebulosidade e chuva na região sudeste. De acordo com a companhia de meteorologia MetSul, a instabilidade deve se manter ainda por “muitos dias”, mas o período crítico “deverá se concentrar entre hoje e amanhã”.
Para o domingo, 24, a previsão é de chuva moderada a forte no estado do Rio, com acumulado diário que poderá oscilar entre 50 e 100 mm. Já para a capital do estado, a previsão é de chuva fraca a moderada, de forma isolada, segundo o Alerta Rio.
Para segunda-feira, 25, a previsão indica volumes de chuva menores entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo. No entanto, a chuva ganha força entre o Noroeste de São Paulo e o Triângulo Mineiro.
Em Minas Gerais, 745 municípios (87,2% do estado) estão sob alertas para chuvas fortes até o fim de domingo. Destes, 82 estão sob alerta de “grande perigo”. “[Há] Grande risco de grandes alagamentos e transbordamentos de rios, grandes deslizamentos de encostas”, diz o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A Defesa Civil de Belo Horizonte emitiu alerta de risco para oito regiões da capital mineira.
Por outro lado, o Inmet retirou neste sábado o classificação de “grande perigo” para chuvas e ventos no Litoral Norte de São Paulo, alerta que valeria até as 10h de domingo. De acordo com o instituto, a frente fria se deslocou mais rápido do que o esperado, e, por isso, o litoral paulista não está na mais na faixa de risco de grandes tempestades. Ainda assim, o fim de semana deve ser de tempo fechado na região.