O embate de Jair Bolsonaro contra o isolamento total e os tuítes apagados, hospitais de campanha começam a ficar prontos em São Paulo, o aumento de casos do novo coronavírus no Brasil e a morte de um jovem de 26 anos, as companhias aéreas diminuem os voos nacionais e o aumento da quarentena nos Estados Unidos. Esses são os cinco principais assuntos para você começar o seu dia bem-informado.
BOLSONARO NAS RUAS
O presidente Jair Bolsonaro voltou a se posicionar contra o isolamento social defendido por autoridades de saúde do Brasil e do mundo e criou aglomerações ao sair pelas ruas de Brasília um dia depois de o ministro Luiz Henrique Mandetta defender a ampliação da quarentena, ao contrário do que pede Bolsonaro. O titular da pasta da Saúde deve ser questionado sobre o caso nesta segunda-feira, 30. O presidente também afirmou estar “com vontade” de editar um decreto para liberar a volta ao trabalho de setores parados. A declaração, mais uma na contramão dos esforços estaduais para conter a epidemia, certamente encontrará resistência e protesto de governadores.
Já na noite de domingo, o Twitter deletou duas publicações da conta do presidente por considerá-los contrários à saúde pública. Os tuítes em questão se tratavam do passeio por Brasília e do posicionamento do presidente sobre o isolamento da população. O assunto deve render desdobramentos nesta segunda-feira, 30.
NOVOS LEITOS EM SÃO PAULO
A cidade de São Paulo vai ganhar nesta semana o reforço de 200 leitos para atender a pacientes com o novo coronavírus. A entrega do hospital de campanha montado no Estádio do Pacaembu será na quarta-feira 1º. Na segunda-feira da próxima semana, mais 300 leitos preparados no Anhembi serão entregues — o total de vagas no local será de 1.800. O Rio de Janeiro também vai erguer hospitais de campanha, mas ainda não há data para que as estruturas sejam entregues. No total, serão 900 leitos de UTI no estado. Parte deles será no Estádio do Maracanã. Definições sobre obras e entregas devem ser tomadas nesta semana.
AUMENTO DOS CASOS NO BRASIL
Ao menos 136 pessoas já morreram por causa do novo coronavírus no Brasil. Os dados do Ministério da Saúde mostram ainda que 4.256 pessoas foram infectadas. Com 98 mortos, São Paulo continua sendo o epicentro da epidemia no Brasil. Foi justamente no estado que o jovem advogado Mauricio Kazuhiro Suzuki, de 26 anos, morreu em decorrência da doença. Ele se junta a outras quatro pessoas entre 20 e 39 anos que morreram por causa da Covid-19, de acordo com a pasta do governo federal. Diante do aumento de casos, o Brasil vive a expectativa para o pico da epidemia, que deve acontecer entre abril e maio.
O RECUO DE TRUMP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou atrás e determinou que o isolamento social continue até o dia 30 de abril — antes, ele havia dito que a medida seria encerrada na Páscoa, em 12 de abril. O país vai utilizar a partir desta semana um novo tipo de teste que fica pronto em cinco minutos e que deve avaliar 50.000 pessoas por dia, anunciou Trump. Com mais de 2.500 mortes e cerca de 143.000 casos, os EUA devem estar no pico da epidemia em duas semanas, afirmou o presidente. Para o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, o médico Anthony Fauci, a doença pode causar entre 100.000 e 200.000 mortes no país.
VOOS NACIONAIS REDUZIDOS
Para ajudar no combate ao novo coronavírus no Brasil, as companhias aéreas Gol, Latam e Azul decidiram reduzir em 91% a quantidade de voos nacionais até o fim de abril. Serão realizadas somente viagens consideradas essenciais. A medida começou a valer no sábado 28 e as dificuldades de deslocamento pelo Brasil, para quem não pode adiar o seu compromisso, devem ser sentidas nesta semana.