Cinco assuntos para entender a semana
VEJA traz os principais temas para você relembrar os acontecimentos e seguir informado para o fim de semana
O coronavírus dominou a pauta da semana em diversas áreas, mas principalmente em saúde, economia e política. Relembre acontecimentos dos últimos dias e siga para o fim de semana bem informado sobre a pandemia:
OS HERÓIS DA MEDICINA
Na noite desta sexta 20, muitas cidades brasileiras registraram uma salva de palmas vindas das janelas em uma homenagem aos médicos e profissionais de saúde que estão trabalhando no combate ao coronavírus. Na capa dessa semana, a reportagem de VEJA passou dois dias no front do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, que confirmou o primeiro caso positivo de coronavírus no país. No dia 18, havia 45 pacientes internados no endereço com suspeita de ter a infecção.
Normalmente calmo, com ares de hotel cinco estrelas, o clima nos corredores do local mudou radicalmente nos últimos dias. São mulheres e homens, alguns na linha de frente, em contato direto com os enfermos, outros em laboratórios, mas todos imbuídos de uma missão: salvar vidas e proteger os doentes, a partir de protocolos seguidos fielmente.
BOLSONARO E O CORONAVÍRUS
O presidente passou por dias turbulentos em relação ao coronavírus. Na segunda 17, ele confirmou que o resultado de seu segundo teste para a Covid-19 deu negativo. Porém, recebeu críticas pelo modo como vem lidando com a questão e os efeitos da crise para seu governo acabaram sendo devastadores. Bolsonaro usa a pandemia como mote para um duelo político desnecessário e só depois da má repercussão resolveu levar o problema a sério.
Depois de tachar a pandemia de fantasia, reclamar de um clima de histeria e tentar minimizar a todo custo os efeitos da doença na economia e na saúde pública, o presidente, por exemplo, começou a desidratar nas redes sociais. Além disso, pela primeira vez desde o início do governo, houve panelaços contra o político em capitais do país. A sexta-feira ficou marcada como o quarto dia seguido que registrou esse tipo de manifestação no país.
O SOFRIMENTO EUROPEU
Em um recorde, na sexta 20, a Itália registrou 627 mortes por coronavírus em um só dia. Tem contabilizados 47.021 casos diagnosticados e 4.032 vítimas fatais – o sistema funerário e os hospitais não estão dando conta. Seguindo o exemplo deste país, outras nações, além de fechar as fronteiras, decidiram manter a população inteira dentro de casa. A vida continua, mas ficou bem diferente.
VEJA conversou com pessoas que, em cidades europeias, olham pela janela para as ruas vazias, em clausura sem prazo para terminar. Encontrou tristeza, resignação, pouco consolo nas redes sociais e até mesmo um traço de satisfação em quem vê no isolamento uma maneira de contribuir para o combate ao vírus.
A França, com 9 058 casos confirmados (1 097 só na terça-feira 17) e 243 mortes, também fechou a população atrás das portas. O monitoramento é feito por 100 000 policiais — e a multa por desobediência é de 135 euros.
E A ECONOMIA?
A crise econômica atual se anuncia tão grave quanto a de 2008. E, mesmo com as contas comprometidas, o governo tenta dar resposta à população. O Brasil entrou para o clube dos países que pagam juros negativos. Na quarta-feira 18, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central executou mais um corte na taxa Selic para 3,75%.
A crise do coronavírus lançou o país num campo de incertezas econômicas tão grandes quanto as sanitárias. O exercício praticado pelos economistas de tentar prever o futuro é cada vez mais estéril. De uma semana para outra, as estimativas de crescimento do Brasil foram jogadas ladeira abaixo (o Ministério da Economia previu crescimento zero para 2020) e agora, num cenário otimista, apontam para a estagnação. Pura especulação. Neste momento, é impossível ter a certeza do impacto e do prazo da crise.
ESTADO DE CALAMIDADE
Na sexta, o Senado aprovou, em sessão por videoconferência, o estado de calamidade pública. O decreto criará uma comissão mista, formada por seis deputados e seis senadores, para acompanhar os gastos que o governo empenhará durante o período, que deve durar até o último dia do ano. A medida permite que se gaste mais do que o previsto e desobedeça as metas fiscais estipuladas anteriormente.