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Citado em delação, Crivella quer dinheiro da Lava Jato contra coronavírus

Prefeito do Rio de Janeiro, pré-candidato à reeleição, pedirá a juiz da 9ª Vara Federal Criminal ajuda para beneficiar trabalhadores do transporte público

Por Cássio Bruno Atualizado em 8 abr 2020, 16h20 - Publicado em 8 abr 2020, 16h14

Pré-candidato à reeleição, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), anunciou na última terça-feira que pedirá ao juiz José Eduardo Nobre Matta, da 9ª Vara Federal Criminal, para que parte do dinheiro recuperado pela Operação Lava Jato seja usado no complemento da renda de trabalhadores dos transportes públicos prejudicados com a crise do coronavírus. Crivella foi citado em delação premiada justamente por recebimento de recursos do setor para a campanha de 2016 via caixa dois.

A proposta de Crivella é que profissionais como motoristas e cobradores de ônibus, taxistas (permissionários e auxiliares), mototaxistas, motoristas escolares, operadores de vans e veículos de fretamento recebam um valor complementar. Com o isolamento social devido à Covid-19, houve redução de usuários nestes segmentos.

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Segundo o prefeito, a contribuição vinda da Lava Jato é para ser feita em data única ainda a ser definida, beneficiando pelo menos 80 mil famílias. A quantia poderá variar de uma ajuda de custo até o pagamento de um salário integral referente a cada categoria.

“O doutor José Eduardo Nobre fez contato com nosso procurador-geral, Marcelo Silva Marques, e informou dessa possibilidade. Estamos elaborando propostas nesta e em mais áreas da prefeitura para que os recursos provenientes dessas operações, roubados do povo, possam voltar ao uso da população nesse momento tão diferente de tudo que nós vivemos”, afirmou Crivella.

Em sua delação premiada à Lava Jato, Lélis Teixeira, ex-presidente da Fetranspor (federação que representa as empresas de ônibus no estado), disse que o ex-tesoureiro de Crivella, Mauro Macedo, pediu “apoio financeiro” de 2,5 milhões de reais para a campanha do então candidato em 2016 por meio de caixa dois. No depoimento, Teixeira disse ainda que os acordos ocorriam desde a candidatura de Crivella ao Senado, em 2004, e em 2010.

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Já o doleiro Sérgio Mizhay, preso na Lava-Jato em 2018, apontou o empresário Rafael Alves como operador de um suposto esquema de propina na Prefeitura do Rio em troca da liberação de pagamentos a empresas credoras do município. O Ministério Público abriu inquérito para investigar o caso. As informações foram publicadas pelo jornal “O Globo”.

Rafael é irmão do ex-presidente da Riotur Marcelo Alves. O empresário foi homem de confiança de Crivella. Ele ajudou o então candidato a prefeito a conseguir doações em dinheiro para a campanha também em 2016. Após a vitória nas urnas, Crivella nomeou Marcelo para comandar a Empresa Municipal de Turismo.

Para VEJA, a assessoria de imprensa de Crivella disse: “O prefeito já negou essas informações (de irregularidades) que circularam com o nome dele em delação. O prefeito é a favor de todas as investigações, mas é também a favor de que se puna todo aquele que não provar suas declarações”.

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