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‘Ele mesmo não sabe o que vai fazer’, diz ex-embaixador sobre Milei

Marcos Azambuja analisa os desafios da era Milei na live de Os Três Poderes, que traz análises dos principais fatos da semana

Por Da Redação Atualizado em 24 nov 2023, 11h23 - Publicado em 24 nov 2023, 09h20

Ex-embaixador do Brasil em Buenos Aires, Marcos Azambuja participou da edição desta sexta-feira, 24, da live de Os Três Poderes. Com apresentação de Ricardo Ferraz e comentários de Ricardo Rangel, Robson Bonin e Marcela Rahal, o programa trouxe debate sobre os desafios da eleição de Javier Milei para as relações Brasil-Argentina, tema da reportagem de capa da semana. “Ele próprio não sabe o que vai fazer. A indefinição argentina traz perplexidade para os outros países”, afirmou. Assista:

Matéria de VEJA mostra por que a eleição de Milei é marcada pela incerteza. No campo diplomático, o político ultraliberal é próximo de Jair Bolsonaro e de Donald Trump, e chamou Lula de ‘corrupto’ e ‘comunista’ durante a campanha. O primeiro aceno de moderação veio com Milei dizendo que o petista será ‘bem-vindo’ em sua posse. Na questão comercial, teme-se o efeito do novo governo nas muitas parcerias de negócios entre os países e no acordo Mercosul-União Europeia.

As maiores dúvidas não estão na política externa, mas na economia. No profundo buraco em que a Argentina se enfiou, a inflação acumulada nos últimos doze meses é de 142%, com expectativa de bater em 200% no início do próximo ano. O dólar passou de 1 000 pesos e a taxa de juros do Banco Central atingiu 133% ao ano. Mais de 40% da população vive abaixo da linha de pobreza. Para complicar ainda mais, o país deve 44 bilhões de dólares ao FMI e não tem reservas para honrar o empréstimo. Em seu primeiro pronunciamento, Milei avisou que o remédio da sua receita será amargo e que “não haverá espaços para gradualismo”. Até o momento, contudo, não detalhou como cumprirá a promessa de cortar 15% dos gastos do governo e acabar com subsídios nas tarifas públicas.

A aprovação no Senado da PEC que limita decisões do STF provocou reações na Corte – e entrou na pauta da semana. O presidente do tribunal, Luís Roberto Barroso, afirmou que o retrocesso democrático costuma começar por ‘mudanças nas Supremas Cortes’. Gilmar Mendes, por sua vez, falou que o STF ‘não admite intimidações’, além de ter questionado Jaques Wagner por seu voto a favor da medida. Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco definiu as reações como ‘agressões gratuitas’ e destacou que as instituições não são ‘intocáveis’.

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