O comandante das Unidades de Polícia Pacificadora do Rio de Janeiro, o coronel André Luiz Belloni, afirmou hoje em audiência pública na Assembleia Legislativa fluminense que foram feitas pelo menos trinta remessas de fuzis de Miami para a cidade. Na semana passada, uma operação da polícia civil no aeroporto do Galeão resultou na apreensão de 60 fuzis AK47, AR10 e G3. O armamento estava escondido dentro de aparelhos de aquecedores para piscina. Até hoje, a Polícia Civil só havia divulgado que duas remessas de armas foram feitas.
“De janeiro até agora, interceptamos mais de 600 fuzis no Rio. Tivemos uma excelente operação por parte da polícia civil, onde apreendemos 60 fuzis de um único fornecedor de Miami, que já tinha feito em torno de 30 operações igual a essa, ou seja, 1,8 mil fuzis só deste fornecedor. Sem falar daquelas que entram pelo Paraguai, Venezuela e Colômbia, como temos pontuado para nossas agências de inteligencia”, afirmou o oficial.
A audiência na Alerj teve como objetivo discutir a viabilidade do projeto das Unidades de Polícia Pacificadora no Rio, que encontra dificuldades para se manter. Convidado, o secretário de segurança pública, Roberto Sá, não compareceu ao debate. Enviou em seu lugar o subsecretário de Assuntos Estratégicos, Roberto Alzir Dias Chaves, que admitiu que as UPPs do Rio precisam ser reformuladas. “Há distorções. Não se pensa em acabar com as UPPs, isso seria um retrocesso, mas há espaço para aprimorar essa política”, afirmou.
Melhorar a segurança pública do Rio passa por colocar mais policiais nas ruas e dar condições dignas de trabalho para as tropas. Há um déficit de mil homens no policiamento ostensivo por conta da suspensão do pagamento de horas extras dos agentes da segurança, o chamado Regime Adicional de Serviço, que o governo não tem dinheiro para manter. Além disso, pelo menos 280 viaturas da PM estão fora de circulação, o que corresponde a metade da frota, segundo Belloni.