O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB), anunciaram nesta sexta-feira, 26, mais um avanço na flexibilização da quarentena na cidade de São Paulo. Conforme VEJA antecipou, segundo as novas regras, vai ser permitido o funcionamento de bares, restaurantes, salões de beleza e barbearias.
Assim como ocorreu com a reabertura de lojas e shopping centers, Covas afirmou que a administração irá avaliar protocolos de vigilância sanitária enviados por representantes dos setores. Os documentos serão analisados ao longo da próxima semana com retomada desses endereços a partir do dia 6 de julho.
De acordo com o Plano São Paulo, lançado no fim de maio para balizar as decisões de retomada das atividades no estado, a capital apresentou evolução em um dos principais critérios de avaliação: a ocupação de leitos de UTI. A média do índice nos últimos sete dias se manteve abaixo de 70%, o que classifica a cidade para evoluir para a fase amarela, a terceira de cinco etapas de flexibilização. Atualmente, a cidade está na fase laranja.
Outro critério de evolução foi a redução da média de óbitos na cidade, que era de 1,09 no dia 19 de junho, data da última avaliação, e caiu para 0,98 no acumulado dos últimos sete dias, segundo cálculos oferecidos pelo governo. A média de internações, que tem peso maior no cálculo, porém, se manteve estável em 0,9. Esses números são calculados a partir da chamada média móvel, que compara a evolução de casos nos últimos sete dias em comparação com os sete dias anteriores a partir de fórmula instituída pelo Plano São Paulo. No total, o plano avalia cinco indicadores: taxa de ocupação de leitos de UTI, leitos de UTI para 100 mil habitantes, número de casos, internações e mortes.
De acordo com as novas regras, os bares e restaurantes só vão poder funcionar seis horas por dia, com até 40% da capacidade e atendimento exclusivo em áreas abertas. A quantidade reduzida de horas e a capacidade de funcionamento limitada valem também para os salões de beleza e barbearias.
O governo já havia anunciado o retorno às aulas em escolas públicas e privadas a partir de 8 de setembro, em esquema escalonado. De acordo com especialistas, o Brasil é um dos únicos países do mundo a iniciar a retomada das atividades com a curva epidemiológica ainda em estágio ascendente. Flexibilizações na Europa e nos Estados Unidos só ocorreram após início da queda dos números de casos e mortes.
O anúncio de maior flexibilização ocorre no momento em que o Estado de São Paulo mantém altos índices de casos confirmados e mortes. Até esta quinta-feira, haviam sido registrados 248.000 casos e mais de 13.700 óbitos. A maior preocupação, neste momento, é com as cidades do interior que, pela primeira vez, ultrapassaram a capital em número de óbitos.
Nesta sexta-feira, o Datafolha divulgou pesquisa em que apontou a pior avaliação de governadores desde o início da pandemia. O percentual de entrevistados que avaliou o trabalho de combate ao coronavírus nos estados como ótimo ou bom caiu 58% para 44% e como ruim ou péssimo subiu de 16% para 29%, segundo dados do instituto.