O número de homicídios praticados contra mulheres teve um aumento de 6,1% entre 2016 e 2017. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira, foram 4.539 casos no ano passado contra 4.245 no período anterior.
O documento também registra, dentro desta estatística, um aumento no número de feminicídios (mortes em razão do menosprezo ao gênero da vítima), que subiram de 929 para 1.133 em todo o país. A pesquisa tem como base dados informados pelos estados.
A unidade da federação mais perigosa para ser mulher no ano passado foi o Rio Grande do Norte, com uma taxa de 8,4 homicídios a cada 100 mil mulheres. Em seguida vem o Acre (8,3/100 mil) e o Ceará (7,6/100 mil). Na ponta oposta, vêm Tocantins (1,8/100 mil mulheres), São Paulo (2,2/100 mil) e o Distrito Federal (2,6/100 mil). A média nacional é de 4,3/100 mil.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública também mediu os casos de violência doméstica tipificados pela Lei Maria da Penha. Entre 2016 e 2017 houve uma redução de 1,2% no total de registros (que caiu de 223.050 em 2016 para 221.238 no ano passado). As mulheres são as principais vítimas destas ocorrências e representam cerca de 87% de cada um destes números.
Levando em conta os critérios da Lei Maria da Penha e os dados disponíveis do Anuário, os estados com os lares mais perigosos para as mulheres em 2017 foram o Rio Grande do Sul (398 casos a cada 100 mil mulheres), Santa Catarina (368,1/100 mil) e Rio de Janeiro (280,7/100 mil). A média nacional é de 183,7 casos para um um grupo de 100 mil mulheres.
O Anuário não tem dados sobre violência doméstica no Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Piauí, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins.
Veja alguns destaques das estatísticas do Anuário Brasileiro de Segurança Pública:
55.900 homicídios dolosos no país (aumento de 2,1% em relação a 2016)
2.460 latrocínios (redução de 8,2%)
955 lesões corporais seguidas de morte (aumento de 12,3%)
367 policiais mortos (redução de 4,9%)
5.144 mortos em intervenções policiais (aumento de 20%)
60.018 estupros (aumento de 8,4%)
1.133 feminicídios
221.238 registros de violência doméstica
4.539 mulheres vítimas de homicídio (aumento de 6,1%)
729.463 pessoas encarceradas em 2016
367.217 vagas no sistema prisional
119.484 armas de fogo apreendidas em 2017
94,9% delas não foram cadastradas na Polícia Federal