O ex-deputado federal Cabo Daciolo será candidato a prefeito do Rio pelo Republicanos, após o rompimento do partido com o atual mandatário, Eduardo Paes (PSD). A VEJA, ele disse que o lançamento de seu nome está alinhado com a cúpula do partido e contou de seu ambicioso sonho na política: chegar à Presidência da República. Para o pleito municipal, o bombeiro militar e pastor evangélico vai buscar se desvencilhar da polarização entre Lula e Bolsonaro.
Aos 48 anos, Daciolo se filiou ao Republicanos no dia 5 de abril, no limite da janela definida pelo Tribunal Superior Eleitoral, após “inspiração divina”, como ele mesmo conta. A chegada foi sacramentada depois de conversa com o presidente estadual da legenda no Rio, Waguinho. É o seu sétimo partido, em uma trajetória política diversa: começou no PSOL, em 2014, antes de passar por siglas como o PL e o PDT, onde estava filiado até então.
O caminho para a candidatura de Daciolo foi aberto depois que o Republicanos anunciou publicamente seu desembarque do governo Paes, na semana passada. E, consequentemente, o rompimento do apoio ao atual prefeito, pré-candidato à reeleição. Segundo nota divulgada pelo partido, o motivo foi o não cumprimento de acordos por parte do alcaide, como a filiação de candidatos e obras prometidas, que não aconteceram.
“Desde 2020 tento vir candidato a prefeito ou ao governo do estado. E toda vez Paes ou o governador Claudio Castro distribuem cargos, compram o partido em que estou e asfixiam minha candidatura. Me filiei ao Republicanos pensando em ser prefeito. Depois, quero chegar à Presidência da República”, projeta.
Candidato ao Palácio do Planalto em 2018 pelo Patriota, ele teve 1,3 milhão de votos e ficou à frente de nomes como Marina Silva e Henrique Meirelles. Na ocasião, fez o papel de “terceira via”, o que pretende repetir agora. Nesta segunda-feira, 10, Daciolo se reuniu com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, um dos caciques do Republicanos no Rio. E diz ter alinhado com ele seus planos eleitorais.
“Meu nome não está associado a Lula, como Eduardo Paes, e nem a Bolsonaro, como Alexandre Ramagem. Quero representar as milhões de pessoas que costumam votar em branco, nulo e nas abstenções”, diz.