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Damares sobre o coronavírus: “Na Europa pensaram que não era tudo isso”

Em entrevista a TV católica, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos pediu apoio das igrejas no combate ao Covid-19

Por Maria Clara Vieira Atualizado em 17 mar 2020, 19h58 - Publicado em 17 mar 2020, 19h33

Apesar de o presidente Jair Bolsonaro insistir em classificar a pandemia de coronavírus como “histeria”, membros do governo adotam medidas preventivas em suas pastas e se mobilizam para conscientizar o público sobre as principais formas de evitar o contágio. Na tarde desta terça-feira, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, insistiu que grandes eventos devem ser cancelados e convocou as igrejas para participar da campanha. “Na Europa, a gente viu que o pessoal estava pensando que ‘não é tudo isso’ e deu no que deu”, disse a ministra, em entrevista à TV Canção Nova. “Tem que lavar as mãos o tempo todo. Quero falar também do celular: tirem a capinha e passem um algodão com álcool em gel”, exortou.

Damares afirmou também que pediu ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para que as paróquias possam funcionar como postos de vacinação contra gripe para idosos. “Eles são mais vulneráveis ao coronavírus e, por isso, não podem estar fragilizados. Pedimos que os irmãos usem seus carros para levá-los aos pontos”, disse a ministra, lembrando que o momento, entretanto, é de evitar visitas a abrigos. Damares reiterou também que cultos grandes devem ser evitados. “Por enquanto não há determinação para suspender. Por que não celebrar ao ar livre, ou fazer encontros mais curtos, com menos gente?”, propôs.

Ontem, a ministra se encontrou com representantes das vinte maiores igrejas evangélicas do país e com o secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para alinhar as medidas – algumas já vinham sendo adotadas por grupos religiosos. As Arquidioceses do Rio e de São Paulo liberaram os fieis para assistir à missa pela TV ou internet e cancelaram mutirões de confissão. Na última sexta-feira, o governador do Rio, Wilson Witzel recomendou que cultos fossem suspensos e foi criticado pelo pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus. “Mesmo que o governo diga que vai parar trem, fechar mercado, fechar tudo, a igreja tem que estar de portas abertas”, defendeu o líder religioso, aliado de Bolsonaro.

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