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Delator cita R$ 9 mi em caixa 2 após pedido de Aécio, diz jornal

Segundo a 'Folha de S. Paulo', Benedicto Barbosa Junior disse ao TSE que dinheiro foi dividido entre marqueteiro e campanhas de aliados do tucano

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 19h16 - Publicado em 2 mar 2017, 21h52

Em depoimento na ação por abuso de poder econômico e político contra a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer nas eleições de 2014, o ex-presidente da construtora Odebrecht e delator da Operação Lava Jato Benedicto Barbosa Júnior disse ao corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Herman Benjamin, que a empreiteira doou 9 milhões de reais em caixa dois a campanhas políticas do PSDB, incluindo a de Aécio Neves à presidência em 2014. O pedido de ajuda teria sido feito pelo próprio Aécio. A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo.

Segundo a Folha, Barbosa Júnior afirmou na oitiva, nesta quarta-feira, no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), que seis milhões de reais foram divididos entre as campanhas de Pimenta da Veiga (PSDB) ao governo de Minas Gerais, de Antonio Anastasia (PSDB) ao Senado e de Dimas Fabiano Toledo Júnior (PP) a deputado federal.

Dimas Fabiano, filho do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, e Anastasia foram eleitos. Pimenta da Veiga foi derrotado pelo governador mineiro Fernando Pimentel (PT) ainda no primeiro turno.

O jornal ainda informa que, de acordo com o delator, 3 milhões de reais teriam sido repassados ao marqueteiro Paulo Vasconcelos, que coordenou a publicidade na campanha de Aécio ao Planalto.

Benedicto Barbosa Júnior não pôde aprofundar os relatos a respeito das doações a pedido de Aécio Neves porque, segundo a Folha, Benjamin o interrompeu porque os fatos não teriam relação com a investigação contra a chapa Dilma-Temer. O ministro do TSE ponderou, no entanto, que as afirmações do ex-executivo têm “relevância histórica”.

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A assessoria de Aécio respondeu ao jornal que o senador “solicitou, como dirigente partidário, apoio para inúmeros candidatos de Minas e do Brasil a diversos empresários, sempre de acordo com a lei” e que “como já foi divulgado pela imprensa, o empresário Marcelo Odebrecht, que dirigia a empresa, declarou, em depoimento ao TSE, que todas as doações feitas à campanha presidencial do senador Aécio Neves em 2014 foram oficiais”.

A assessoria do senador Antonio Anastasia diz que ele “nunca tratou, no curso de sua trajetória pessoal ou política, com qualquer pessoa ou empresa sobre qualquer assunto ilícito”.

Já Dimas Fabiano afirmou: “Não conheço Benedito Barbosa Júnior. Nunca estive na Odebrecht e não conheço nenhum funcionário da Odebrecht”.

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Marcelo Odebrecht

Em seu depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ontem, o delator e ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht relatou que Aécio Neves lhe pediu 15 milhões de reais no final do primeiro turno da campanha eleitoral de 2014.

Odebrecht afirmou a Herman Benjamin que, inicialmente, negou o pedido do tucano afirmando que o valor era muito alto, mas que o senador teria sugerido que os pagamentos fossem feitos a aliados políticos. Após ser preso na Lava Jato, contudo, Odebrecht disse ter sido informado que o aporte financeiro acabou não se concretizando.

Ainda assim, segundo o empresário, teria ficado definido no encontro com Aécio que o repasse seria discutido entre Sérgio Neves, ex-superintendente da empresa em Minas, e o empresário Oswaldo Borges da Costa, apontado como tesoureiro informal do tucano. Em seu relato, Odebrecht disse que só se recorda de doações oficiais a Aécio.

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