Um navio da Delta Tankers, empresa apontada como a responsável pelo vazamento de petróleo que atingiu o Nordeste brasileiro, provocou um acidente na Rússia em 2016. À época, uma embarcação, sob a bandeira da Grécia, colidiu com um cais no porto de Primorsk, na região de São Petersburgo, danificando estruturas do local. O prejuízo estimado foi de 50 milhões de dólares.
A Delta Tankers operava o navio que era propriedade da Pontoporos Special Maritime. O Tribunal Comercial de São Petersburgo determinou que as duas empresas pagassem a soma de cerca de 50 milhões de dólares para recuperar os danos causados no cais do porto. Ainda, o tribunal considerou que o acidente foi causada pela tripulação da Delta Tankers, que operava o navio muito rapidamente e sem sincronização.
A companhia é proprietária do navio de bandeira grega apontado como a origem do vazamento de petróleo no Nordeste. De acordo com investigações da Polícia Federal, em colaboração com a Interpol, uma mancha inicial de petróleo cru foi vista por imagens de satélite a cerca de 700 quilômetros da costa brasileira, no dia 29 de julho, de extensão ainda não calculada. Isso permitiu identificar o único navio petroleiro que navegou pela área suspeita na data do possível vazamento.
“A embarcação, de bandeira grega, atracou na Venezuela em 15 de julho, permaneceu por três dias, e seguiu rumo a Singapura, pelo oceano Atlântico, vindo a aportar apenas na África do Sul. O derramamento investigado teria ocorrido nesse deslocamento”, afirma a PF. As investigações não concluíram haver indicação de outro navio “que poderia ter vazado ou despejado óleo, proveniente da Venezuela”.
A embarcação apelidada de Bouboulina ficou detida por quatro dias nos Estados Unidos devido a “incorreções de procedimentos operacionais no sistema de separação de água e óleo para descarga no mar”. Nesta sexta-feira, 1º, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, expedidos pela 14ª Vara Federal Criminal de Natal, em sedes de representantes e contatos da empresa grega no Brasil. Foram solicitadas diligências para a obtenção de dados adicionais sobre a embarcação e sua tripulação.