Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Depois de Palocci, Moro se prepara para sentenciar Lula

Juiz da Lava Jato deve decidir se condena ou absolve o ex-presidente no caso do tríplex do Guarujá, no litoral de São Paulo

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 20h37 - Publicado em 26 jun 2017, 16h08

Após condenar o ex-ministro Antonio Palocci a 12 anos de prisão, o juiz Sergio Moro agora deve se debruçar sobre a ação do tríplex do Guarujá (SP) em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de receber 3,7 milhões de reais de propina da construtora OAS por meio de benfeitorias no apartamento e do armazenamento do acervo presidencial.

A papelada está nas mãos do magistrado desde o último dia 20, quando as alegações finais foram entregues pelos sete réus no processo — além de Lula, os representantes da construtora Léo Pinheiro, Agenor Medeiros, Fabio Yonamine e Roberto Moreira e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. A ex-primeira-dama Marisa Letícia também era ré, mas foi “inocentada” (as acusações foram arquivadas) após a sua morte, em fevereiro deste ano. Moro deve deliberar sobre mais de 1.000 páginas dos autos antes de decidir se condena ou absolve o ex-presidente pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O caso de Palocci estava na frente da fila porque já estava concluso (pronto para a sentença) desde 14 de junho — portanto, seis dias antes da ação do tríplex. Além disso, havia réu preso no processo —  o próprio Palocci —, o que exige do juiz uma celeridade maior para dar um veredicto.

Pelo retrospecto de Moro em seus três anos à frente da Operação Lava Jato, ele costuma levar no máximo 30 dias para proferir uma sentença — no caso de Palocci, demorou 12 dias e no do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), cinco.

O Ministério Público Federal acusa o ex-presidente de ser o real proprietário do tríplex — e, portanto, o beneficiário direto das obras feitas pela OAS no imóvel. Segundo a acusação, o dinheiro teria vindo de uma conta de propinas que a construtora mantinha com o PT e seria uma contrapartida por três contratos de refinarias da Petrobras. A defesa de Lula, por sua vez, diz que ele não é e nunca foi dono do imóvel — e, portanto, não se beneficiou das reformas. Como argumentação, ele alega que, documentalmente, o apartamento pertencia à OAS e que ele nunca teve as chaves do imóvel.

O julgamento do caso será o primeiro de Lula no âmbito da Lava Jato em Curitiba. E por enquanto é o único que pode efetivamente tirá-lo das eleições de 2018, caso ele seja condenado por Moro e pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região até 15 de agosto do ano que vem, quando encerra o prazo de registro de candidatura para o pleito. Uma decisão em segunda instância (ou por órgão colegiado) pode impedi-lo de concorrer com base na Lei da Ficha Limpa.

Continua após a publicidade

Outro processo

Na 13ª Vara Federal de Curitiba, comandada por Moro, Lula é réu em outra ação que o investiga por corrupção e lavagem de dinheiro acerca da compra de um terreno para o Instituto Lula e de um imóvel vizinho ao apartamento em que ele mora em São Bernardo do Campo (SP). Neste processo, que está na fase de oitivas de testemunhas, também são réus o ex-ministro Antonio Palocci e o empreiteiro — e delator premiado — Marcelo Odebrecht.  

Moro ainda tem nas mãos outra denúncia contra Lula — também por corrupção e lavagem de dinheiro — que envolve as obras financiadas pela OAS, Schahin e Odebrecht no sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). A denúncia foi apresentada pela Procuradoria no dia 23 de maio e ainda não foi acolhida pelo juiz.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 9,98 por revista)

a partir de 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.