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Deputados pedem que PF investigue MTST por publicação sobre Jesus

Mensagem publicada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto na Semana Santa provocou uma série de reações de parlamentares pelo país

Por Ricardo Chapola
Atualizado em 8 Maio 2024, 13h17 - Publicado em 14 abr 2024, 14h02

O Ministério Público Federal (MPF) recebeu uma representação criminal movida contra o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) por conta de uma publicação feita pela entidade nas redes sociais durante a Semana Santa. O post mostrava a foto de Jesus Cristo crucificado ao lado de três soldados romanos e a mensagem “bandido bom é bandido morto” – conteúdo que foi tirado do ar poucos dias depois em razão de protestos.

A representação foi assinada por 20 parlamentares gaúchos, iniciativa que partiu da deputada estadual Eliana Bayer (Republicanos), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Liberdade Religiosa da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

O documento teve adesão de congressistas de partidos da direita à esquerda do espectro político, como Republicanos, PSB, Novo, PP, PL, PSDB, PP e Podemos. No documento, os deputados pediram que a procuradoria acione a Polícia Federal para  abrir inquérito para apurar supostos crimes de intolerância religiosa.

“É nítida a ofensa e escárnio à religião cristã professada por milhões de brasileiros. Trata-se de verdadeira demonstração de intolerância religiosa além de, em tese, da prática e incitação ao preconceito com base em religião. A triste postagem conscientemente publicada pelo movimento em sua rede social no contexto de atividade religiosa ofende, diminui e macula a fé cristã”, diz um trecho do texto, ao mencionar ainda que o post teve mais de 4 milhões de visualizações.

Repercussão negativa

No dia que apagou a postagem, o MTST publicou uma nota de retratação na qual classificou o post da entidade como inapropriado. “A coordenação considera que a postagem foi inapropriada e por isso foi deletada de suas redes. Reafirmamos o respeito às religiões cristãs e o compromisso com a liberdade de manifestação religiosa”, diz o comunicado. O movimento criticou também o uso político da publicação feito pelo que chamou de “lideranças bolsonaristas”.

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O texto do MTST faz referência às críticas recebidas pelo deputado federal, Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato à prefeitura de São Paulo e que foi militante do movimento por 20 anos.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB), pré-candidato à reeleição e principal rival do psolista nas eleições deste ano, se manifestou logo após a publicação:  “Essa turma do Boulos só ataca a tudo e a todos. Estou indignado”. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro engrossaram o coro.

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