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Destruição do Pantanal tem mesmo ritmo que o das florestas

Brasil perdeu 16% da vegetação campestre e áreas alagadas desde 1985, segundo levantamento do MapBiomas

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 nov 2023, 20h55 - Publicado em 24 nov 2023, 20h37
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  • Os biomas com vegetação de menor porte, como arbustos, áreas alagadas, pantanosas e formações campestres, parecem, mas não são menos importantes que as florestas. Se somado, esse tipo de vegetação ocupa área equivalente a uma Alemanha e meia em território. Também possui funções fundamentais para o equilíbrio ambiental, caso do Pantanal, chamado de reino das águas, por ser a maior área úmida do planeta. Abriga 3,5 mil espécies de plantas, 325 de peixes e 159 de mamíferos. “A vegetação não florestal, embora minoritária e pouco valorizada, é muito importante pela grande diversidade de espécies de plantas e animais que abriga e pelos serviços ecossistêmicos prestados”, destaca Eduardo Vélez, da equipe do bioma Pampa do MapBiomas.

    Com toda essa biodiversidade, a planície pantaneira é vítima de um processo de devastação sem controle, assim como os demais biomas de não florestas, caso do Pampa e do Cerrado. Desde 1985, o Brasil perdeu 6,7 milhões de hectares desse tipo de coberta, de acordo com o levantamento divulgado nesta sexta-feira (24), pelo MapBiomas.

    “O Brasil perdeu 16% desse tipo de vegetação, proporção semelhante à devastação das áreas de cobertura florestal, que foi de 15%”, explica Júlia Shimbo, coordenadora científica do MapBiomas. Mas as florestas têm um apelo maior que os demais biomas, caso da Amazônia, que virou foco de políticas públicas do atual governo. A estratégia garantiu a redução de 22% da devastação no último ano. O mesmo não acontece nos demais biomas.

    Em termos absolutos, o Cerrado lidera o desmatamento de vegetação herbácea e arbustiva, com 2,9 milhões de hectares suprimidos. Já o Pampa teve em números desmatamento semelhante (2,85 milhões de hectares), entre 1985 e 2022, mas proporcionalmente maior, pois representa uma redução de 30% do território que apresentava em 1985.

    Os estados com maior proporção de vegetação herbácea e arbustiva do Brasil são o Rio Grande do Sul (26%), Roraima (20%) e Amapá (14%). Mas as regiões que mais devastados foram Rio Grande do Sul (3,3 milhões de hectares) e Mato Grosso (1,4 milhões de hectares).

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