As armas dos policiais envolvidos na operação que terminou com dez suspeitos de assalto mortos no Morumbi, bairro nobre da zona sul de São Paulo, na noite de domingo, foram apreendidas e enviadas para o Instituto de Criminalística.
A análise das armas vai servir para esclarecer as circunstâncias das mortes, em inquérito que foi aberto pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). A versão dos policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações sobre o Crime Organizado), que participaram da ação, é que os suspeitos, surpreendidos, reagiram a tiros e foram mortos durante confronto. De acordo com a polícia, quatro agentes foram feridos por estilhaços.
Com os suspeitos, segundo o Deic, foram apreendidos quatro fuzis, duas pistolas, um revólver, coletes e munição – este material também vai ser periciado. O grupo, que era monitorado pelo Deic, estava em dois veículos (um Fiat Toro e um Hyundai Santa Fé), e é suspeito de ter participado de dezenas de assaltos na cidade. Os corpos dos dez suspeitos estão passando por perícia no Instituto Médico Legal (IML).
Na noite do confronto, segundo a polícia, eles tentavam roubar uma mansão onde estavam um casal e uma filha. Os bandidos vestiam coletes à prova de bala e foram surpreendidos por viaturas do Deic antes de entrar na residência. Nesse momento, cinco assaltantes foram mortos. Em seguida, iniciou-se uma perseguição que resultou nas outras mortes.
Segundo informações preliminares, o confronto ocorreu no meio da Rua Puréus, deixando moradores assustados. No final da noite, os corpos dos suspeitos foram postos por policiais lado a lado no meio da rua, atraindo a atenção de curiosos. Os mortos seriam moradores da região do Capão Redondo, na zona sul da capital, e de Taboão da Serra, na Grande São Paulo.
A VEJA, o ouvidor das polícias de São Paulo, Júlio César Neves, disse ser prematuro fazer análises da ação policial neste momento. No entanto, ele se disse “surpreso” por considerar a mortalidade incomum para uma ação da Polícia Civil. Neves também afirmou já ser possível dizer que a Ouvidoria pedirá ao Ministério Público de São Paulo que apure o ocorrido.
Ninguém do Deic ou do DHPP falou até agora sobre o caso. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública confirma que houve “confronto” entre equipes do Deic e os suspeitos, que se trata de uma quadrilha “responsável por mais de 20 furtos e roubos à residência” e que era investigada há sete meses. O caso será investigado pela 3ª Delegacia de Repressão a Homicídios Múltiplos.
Íntegra da nota da SSP:
A Polícia Civil informa que equipes do Deic, com apoio do Garra, entraram em confronto com os integrantes de uma quadrilha especializada em furtos e roubos a residências, na noite deste domingo (3), no Jardim Guedala, região do Morumbi. Dez criminosos morreram na troca de tiros.
A quadrilha, responsável por mais de 20 furtos e roubos à residência, era investigada pelo DEIC há sete meses e atuava em bairros nobres de capital, especialmente Morumbi e Jardim Europa, e em condomínios de luxo na Grande São Paulo, como Cotia e Barueri.
A ocorrência foi registrada no DHPP como roubo a residência, porte ilegal de arma de fogo, associação criminosa, resistência, apreensão de veículo, homicídio decorrente de oposição à intervenção policial e está sendo investigada pela 3ª Delegacia de Polícia de Repressão a Homicídios Múltiplos.
Veja o local da ação:
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