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Dilma diz que parte do Judiciário adota ‘medidas de exceção’

Segundo a ex-presidente, há interpretações legais tomadas por juízes que são "extremamente questionáveis" e configuram uma ameça à democracia

Por Da redação
Atualizado em 19 abr 2017, 10h03 - Publicado em 19 abr 2017, 10h03

Sem citar nomes, a ex-presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça que integrantes do Judiciário brasileiro seguem interpretações legais “extremamente questionáveis” e adotam “medidas de exceção” que são uma ameaça à democracia. Em palestra na Universidade George Washington, na capital americana, Dilma criticou pronunciamentos de juízes fora dos autos, condenou vazamentos seletivos e lembrou que foi grampeada durante o exercício do cargo.

“O que está acontecendo no Brasil é algo grave, que caracteriza lawfare“, afirmou, usando expressão em inglês que significa o uso político do Judiciário contra adversários.

A ex-presidente fez referência específica à decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª região no caso da escuta telefônica que captou conversas suas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Apesar de o juiz que autorizou o grampo ter pedido desculpas ao Supremo, o tribunal não considerou que grampear presidente é crime”, afirmou, em referência a Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em primeira instância. “Grampeie um presidente da República aqui e cai na Lei de Segurança Nacional. O que fizeram no Brasil foi grampear um presidente e disseram que foi uma medida excepcional em um momento excepcional.”

Dilma também criticou vazamentos de informações judiciais. “Julgar pela imprensa é um crime contra a democracia. É crime porque fere a democracia, compromete a democracia, destrói a democracia.”

Apesar das críticas ao Judiciário, a ex-presidente disse ser a favor da Lava Jato e reconheceu a dimensão inédita das irregularidades reveladas pela investigação. “Tirando os nossos, talvez o maior caso de corrupção tenha sido o do subprime”, afirmou, referindo-se aos excessos financeiros que levaram à crise mundial de 2008.

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Durante 53 minutos, Dilma defendeu seu governo e repetiu a tese de que foi vítima de um golpe parlamentar, promovido por setores interessados em retomar um projeto neoliberal no Brasil. “Quando se faz impeachment sem crime de responsabilidade, abre-se a caixa de monstros e os monstros normalmente devoram quem abriu a caixa”, afirmou. “Isso está acontecendo com a pessoa que foi derrotada na eleição de 2014, o senador Aécio Neves.”

A ex-presidente afirmou que Lula é alvo da mais “violenta” e “sistemática” campanha de destruição de reputações do Brasil, comparável às que foram sofridas por Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart. Ainda assim, ele tem 40% de intenção de voto nas pesquisas sobre a eleição de 2018, afirmou. “Se o Judiciário quiser afastá-lo (da disputa), terá de pensar bastante, porque são muito frágeis as provas contra ele.”

Em sua avaliação, a origem da crise atual é política e não econômica. “A profunda crise que estamos vivendo é resultado da irresponsabilidade daqueles que criaram a maior crise política que o país experimentou pós-ditadura militar”, disse, lembrando que a discussão do processo de impeachment começou três meses depois de sua posse.

(Com Estadão Conteúdo)

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