A soltura do traficante André Oliveira Macedo, o André do Rap, não foi um caso isolado. Dois parceiros dele do PCC que já atuaram no tráfico de drogas na Baixada Santista, no litoral de sul de São Paulo, também saíram pela porta da frente da cadeia.
Um deles é Suaélio Martins Leda, o Peixe, que foi beneficiado com a progressão para o regime domiciliar por se enquadrar no grupo de risco da Covid-19 (é hipertenso), em julho. A ordem partiu do Tribunal de Justiça de São Paulo, que acabou revogando a decisão depois de três dias. Já era tarde mais. Segundo os investigadores, Leda nem deu as caras no endereço que forneceu à Justiça, em Santos. Está foragido até hoje.
Alvo da Operação Oversea, a mesma que também investigou André do Rap pelo envio de toneladas de cocaína pelo porto de Santos, Leda também chamou a atenção da Polícia Federal por uma pilha de documentos em sua casa que o ligava a dois laboratórios investigados na Operação Lava Jato, o Labogen e a Piroquímica, que seriam controladas pelo doleiro Alberto Youssef.
O segundo “parça” de André do Rap que escapou das grades recentemente é Moacir Levi Correa, o Bi da Baixada, que foi libertado em outubro de 2019 graças a uma decisão do ministro do STF Marco Aurélio de Mello. Na ocasião, o pacote anticrime, que trazia um artigo que embasou a soltura de André do Rap, ainda não havia entrado em vigor. Mello, no entanto, considerou que Correa estava há muito tempo preso preventivamente – 5 anos e 7 meses -, “sem culpa formada”.
Apontado como um dos chefes do tráfico de Santos (SP), ele foi condenado por um júri popular por duas tentativas de homicídio no interior de Santa Catarina. Em suas passagens pela cadeia, chegou a ser companheiro de ala de Marcos Herbas Camacho, o Marcola, na penitenciária de Presidente Venceslau (SP), onde o André do Rap estava encarcerado nos últimos meses, e no presídio federal de Porto Velho (RO).