Doria cogita acabar com o Carnaval de rua na Vila Madalena
Prefeito de São Paulo afirma que ‘não há condições’ para isso e que o tradicional bairro fica ‘muito machucado’ com a passagem dos blocos carnavalescos
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta segunda-feira que, “muito provavelmente, a prefeitura não fará mais Carnaval de rua na Vila Madalena“, bairro da zona oeste da cidade, no ano que vem. “Não há condições para isso. A Vila Madalena fica muito machucada, muito afetada (com a passagem dos blocos). Ali é um bairro eminentemente residencial, apesar de ter bares, restaurantes e café”, afirmou o tucano em entrevista à Rádio Jovem Pan.
Segundo Doria, o possível veto da prefeitura ao bairro não quer dizer que sua gestão não pretenda incentivar mais o Carnaval de rua na cidade. “Pelo contrário, o Carnaval de rua será incentivado. O que vai existir é mais disciplina e aviso, comunicação às pessoas.” O prefeito afirmou que as mudanças visam a permitir que quem quiser descansar, descanse, e também que as pessoas tenham acesso às suas casas.
Neste ano, o movimento na Vila Madalena foi menor, mas ainda assim houve problemas, principalmente na dispersão dos blocos. A prefeitura teve de apelar a gradis para impedir que foliões ocupassem ruas mais residenciais, já que o palco montado no Largo da Batata para atrair o público dos bloquinhos não impediu com que a Vila Madalena tivesse barulho, bebida e festa até depois do horário marcado.
Na segunda-feira de Carnaval, houve um pequeno tumulto no cruzamento da Rua Fradique Coutinho com a Inácio Pereira da Rocha, e a Polícia Militar usou spray de pimenta para dispersar as pessoas. Um dia antes, a reportagem constatou que, após a passagem dos blocos, foliões providenciavam sua própria festa com instrumentos musicais como atabaque, tamborim e pandeiro.
Na comparação com carnavais anteriores, porém, a situação foi mais controlada no bairro. Há dois anos, a Polícia Militar chegou a fazer cordões de isolamento para expulsar as pessoas e houve confronto entre moradores e foliões. Desta vez, a tática de usar jatos d’água para afastar as pessoas deu certo e sem registro de grandes conflitos.
(Com Estadão Conteúdo)