Em expansão e com fortalecimento do público, Cresol celebra 30 anos de história
A cooperativa de crédito se consolidou entre os produtores rurais familiares; agora cresce acima de 30% ao ano e alcança microempreendedores urbanos

Em 24 de junho de 1995, num Dia de São João, no sudoeste do Paraná, 27 pequenos produtores rurais fundaram a primeira cooperativa do Sistema Cresol. Trinta anos se passaram e agora são mais de 1 milhão de cooperados, um número que, de acordo com a previsão da direção do sistema, tende a dobrar até 2030.
O total de ativos, que alcançou 42 bilhões de reais em 2024, deverá chegar a 155 bilhões de reais dentro de cinco anos. Assim, a Cresol, que vem registrando crescimento acima dos 30% ao ano, segue avançando rapidamente. Já é a terceira força do cooperativismo de crédito no país, com agências físicas em 19 estados e mais de 10 000 colaboradores, e vem alçando voos na direção de novos mercados, além de apoiar o agronegócio.
“Começamos com um grupo de produtores corajosos. Eles foram disruptivos: diante de um cenário de acesso insuficiente a crédito, entenderam a importância de fortalecer o ecossistema produtivo com uma solução capaz de impulsionar e proteger os agricultores”, relata Cledir Magri, presidente da Cresol Confederação e conselheiro da Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras). “Ao longo dos últimos anos, passamos a atender os pequenos empreendedores, especialmente em cidades com menos de 50 000 habitantes. Assim, atendemos os filhos dos produtores que seguiram para o ambiente urbano.”
DNA consultivo
A proposta de valor da Cresol se mostrou tão relevante que surpreendeu as expectativas de seus fundadores, como relata Adriano Michelon, primeiro funcionário do sistema, atualmente vice-presidente da confederação.
“Passamos um ano trabalhando na implementação da cooperativa. No dia do lançamento, tínhamos um sistema informatizado que não comportava depósitos além de quatro dígitos, mas recebemos um cheque do sindicato local no valor de 15 000 reais. Precisamos correr para atualizar nosso sistema a tempo de compensar o depósito ainda durante o evento de lançamento”, ele conta. “A tecnologia, aliás, continua muito relevante para nossas operações, porque nos permite escalar com eficiência.”
A proposta de contribuir com os empreendedores, com a cabeça no lugar e a capacidade de não dar passos maiores do que as pernas, foi mantida, segundo Michelon, ele mesmo filho de agricultores familiares da região. “Está em nosso DNA atuar de forma consultiva, personalizada, junto aos pequenos produtores e aos empreendedores. Seguimos crescendo, sem perder de vista nosso diferencial, que é o olhar atento para as necessidades de cada associado”, diz o primeiro colaborador, que hoje também é conselheiro do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop).
“Muitas vezes, o agricultor ou o empreendedor nos procura para pedir um empréstimo. Se percebemos que ele não tem as finanças organizadas o suficiente, nos colocamos no papel de orientá-lo e ajudá-lo a entender de que valores ele realmente precisa. Seguimos crescendo com base nessa proposta que nos diferencia, e é muito mais relacional do que transacional”, reforça Magri.
Ano de destaque para o cooperativismo
As três décadas da Cresol serão marcadas por uma série de ações ao longo do ano, incluindo campanhas estreladas pelo cantor Daniel e a atriz Camila Morgado, que se apresentam como embaixadores da marca.
Um livro comemorativo também será lançado e haverá um evento especial, realizado no dia 24 de junho, reunindo lideranças e parceiros, como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Banco Central, Organização das Cooperativas Brasileira (OCB), entre outros.
E 2025 também marca o Ano Internacional das Cooperativas, declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em reconhecimento da importância desse modelo de negócios para o desenvolvimento socioeconômico e a promoção da inclusão social.
“O cooperativismo tem um papel muito importante na história. Ainda no século 19, na Inglaterra, atuou para apoiar um momento de crise econômica e fome. O cooperativismo é filho da necessidade e proporciona um legado marcante para as comunidades onde atua”, afirma Magri.
Michelon relata um caso concreto que exemplifica, no Brasil, a importância desse modelo. “Recentemente visitei uma fazenda cooperada que eu tinha conhecido 25 anos antes. Era um produtor que, no passado, enfrentava dificuldades para pagar as contas, tinha financiado o equivalente a três vacas. Hoje tem mais de 200 animais e gera emprego e renda para toda a família. São pessoas que encontraram no suporte financeiro proporcionado pela Cresol oportunidades para crescer e prosperar.”