Em meio a protestos contra e a favor, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu deixou na tarde desta quarta-feira o Complexo Médico Penal, na Região Metropolitana de Curitiba, e foi direto ao prédio da Justiça Federal, no centro, para colocar a tornozeleira eletrônica. O petista chegou ao local a bordo de uma viatura da Polícia Federal e foi recebido aos gritos de “ladrão” e “guerreiro do povo brasileiro” por manifestantes que se dividiam entre os favoráveis e os contrários à sua libertação. Depois, retirou-se no carro do advogado. E agora deve se dirigir a Brasília, onde mora a sua família.
Nesta quarta-feira, o juiz federal Sergio Moro estabeleceu as condições restritivas para libertar Dirceu, conforme havia sido decidido ontem por 3 votos a 2 pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre elas está o uso de tornozeleira eletrônica, o recolhimento do passaporte, a proibição de se encontrar ou se comunicar com algum investigado da Lava Jato e a imposição de não sair da cidade onde declarou residência — no caso, Brasília. Num primeiro momento, Moro havia escrito que o município seria Vinhedo, no interior de São Paulo, onde ele também tem uma casa, mas depois corrigiu a informação para a capital federal.
Alvo da 17ª fase da Lava Jato, batizada de Pixuleco, Dirceu estava preso preventivamente em Curitiba desde agosto de 2015. Denunciado em três processos na Operação, ele já foi condenado em dois deles, na primeira instância, a 32 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.