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Em relatório, PF responde a pergunta: quem mandou matar Bolsonaro?

Documento obtido por VEJA detalha a investigação da facada no presidente

Por Thiago Bronzatto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 Maio 2020, 13h11 - Publicado em 14 Maio 2020, 11h52
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  • No dia 11 de maio, um dos filhos do presidente da República, Carlos Bolsonaro, reavivou em seu Twitter uma discussão que divide opiniões desde as últimas eleições: quem mandou matar Bolsonaro? No post, o vereador do Rio de Janeiro disse que é “falta de caráter achar que Adélio agiu sozinho e que seria doente mental diante de tantas evidências”. Lançando dúvidas sobre a investigação conduzida pela Polícia Federal, ele afirmou: “É óbvio que há peixe grande nesse crime e está sendo acobertado. O que diria Sergio (Moro) já que agora está tão ativo, pelo menos na internet?”. O comentário foi reproduzido por milhares de pessoas — que voltaram a especular sobre o fatídico atentado em Juiz de Fora, Minas Gerais, em setembro de 2018. Naquela ocasião, o então candidato a presidente sofreu uma facada no abdômen que quase ceifou a sua vida.

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    O comentário de Carlos Bolsonaro foi publicado às vésperas de a Polícia Federal entregar à Justiça um relatório sobre a investigação do caso. No documento, obtido por VEJA, são listadas todas as apurações feitas desde setembro de 2018. Ao todo, foram ouvidas 77 testemunhas e entrevistadas 65 pessoas durante os trabalhos realizados em diferentes cidades do país. Para descobrir se houve um mandante do crime, peritos analisaram 611 995 sinais de telefone, 350 horas de imagens, 1.200 fotos, 6 000 mensagens instantâneas e 2 300 e-mails. Além disso, foram rastreados os últimos sete anos da vida do ex-garçom Adélio Bispo de Oliveira, preso em flagrante logo após atacar Bolsonaro. A PF levantou as suas viagens pelo Brasil, as suas últimas chamadas telefônicas, as transações bancárias e as mensagens enviadas pelo Facebook.

    Os advogados do esfaqueador também passaram por um rigoroso pente-fino – que examinou as suas relações com membros de facções criminosas, os seus sigilos bancários e o histórico de patrimônios. O único material que não pode ser averiguado foram os celulares dos defensores. A perícia nos aparelhos foi suspensa após uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que analisa se o acesso ao conteúdo  os telefones violaria o sigilo profissional. “Até aqui, a investigação, marcada ininterruptamente pelo rigor técnico, demonstrou que Adélio Bispo de Oliveira atuou sozinho, por iniciativa própria, tendo sido responsável pelo planejamento da ação criminosa e por sua execução, não contando, a qualquer tempo, com o apoio de terceiros”, escreveu o delegado Rodrigo Morais. Ou seja, para a PF, não houve mandante.

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