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Em vídeo, Olavo de Carvalho critica ‘generais incultos e presunçosos’

Ele diz que avaliação das Forças Armadas e da sua atuação no regime militar é uma 'tese irrefutável' e que 'generais incultos' não podem contestá-la

Por Estadão Conteúdo
23 abr 2019, 23h12
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  • Após o presidente Jair Bolsonaro ter feito uma espécie de advertência nesta segunda-feira, 22, ao escritor Olavo de Carvalho, foi publicado um vídeo nesta terça-feira, 23, em que o “guru” bolsonarista diz que sua avaliação das Forças Armadas e da sua atuação no regime militar é uma “tese histórica absolutamente irrefutável” e que “generais incultos e presunçosos” não podem “contestá-la”, e dessa forma “tentam reduzi-la a uma conspiração jornalística contra as suas augustas pessoas”.

    Em vídeo publicado no último domingo no canal do YouTube do presidente, que foi apagado horas depois, Olavo fez críticas aos militares, o que gerou uma reação do vice-presidente Hamilton Mourão. “Qual a contribuição das escolas militares à alta cultura nacional? As obras do Euclides da Cunha. Depois de então, foi só cabelo pintado e voz impostada. E cagada, cagada”, diz Olavo no vídeo. Em resposta, Mourão afirmou na segunda-feira que o escritor deveria se concentrar no exercício de “função de astrólogo”, por ser a qual ele “desempenha bem”. Ao fim do dia, em nota, Bolsonaro afirmou que as recentes declarações do escritor “não contribuem” para o “projeto de governo”.

    Também envolvido na polêmica com Mourão, o filho do presidente Carlos Bolsonaro voltou a postar sobre o vice na noite desta terça-feira. Por volta das 19h, o vereador carioca publicou em seu Twitter imagem do que seria uma notícia publicada sobre o atentado a faca contra Bolsonaro, em que há uma aspa atribuída a Mourão, em que o vice teria afirmado: “Esse troço já deu o que tinha que dar. É uma exposição que eu julgo que já cumpriu sua tarefa. Ele [Bolsonaro] vai gravar vídeo do hospital, mas não naquela situação, não propaganda. Vamos acabar com a vitimização, chega”.

    Em cima da imagem, Carlos afirma que “o tal de Mourão”, no “fatídico dia” em que Bolsonaro foi esfaqueado, “disse que aquilo tudo era vitimização”. “Naquele fatídico dia em que meu pai foi esfaqueado por ex-integrante do PSOL e o tal de Mourão em uma de suas falas disse que aquilo tudo era vitimização. Enquanto um homem lutava pela vida e tentava impedir que o Brasil caísse nas garras do PT, queridinhos da imprensa opinavam”, afirma Carlos na postagem. Ainda mais recentemente, por volta das 20h10, o político postou: “Nunca foi por briga e sim pela verdade”, sem mencionar Mourão.

    Mais cedo, o vice disse à imprensa que “todo mundo emite sua opinião”, e que “quando um não quer, dois não brigam”. “Eu sei de todas as angústias, as perguntas que vocês (jornalistas) querem fazer. É o seguinte: calma, todo mundo emite sua opinião, tal e coisa. Então, a minha mãe sempre dizia uma coisa, quando um não quer dois não brigam”, disse o vice, afirmando que essa é a sua “linha de ação”. “Vamos manter a calma”, disse.

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    A jornalistas, o porta-voz da Presidência da República, general Rêgo Barros, disse no fim da tarde desta terça que o presidente quer colocar um ponto final na desavença pública entre o filho e Mourão. Apesar disso, o porta-voz não respondeu se o presidente tomou alguma medida prática ou conversou reservadamente sobre as críticas públicas com o filho ou o vice. Rêgo Barros tratou o tema como uma “pretensa discussão” entre Carlos Bolsonaro e o vice.

    “Cargos”

    Em vídeo publicado nesta terça, Olavo afirma que “nenhum egresso de academia militar” tem condição de “impugnar” sua análise sobre a atuação das Forças Armadas. “Afirmo categoricamente: nenhum egresso de academia militar tem hoje a mais mínima condição de impugnar a minha análise ou sequer de apreender o alcance histórico do que estou dizendo. Esperneando histericamente contra a verdade histórica, só mostram o quanto é exíguo o seu horizonte de consciência e invencível a sua submissão aos critérios politiqueiros de julgamento”, afirma.

    O escritor diz ainda que não ambiciona os cargos de “burocratas, fardados ou civis”. “Não temam”, afirma. “Não ambiciono os seus postos nem o seu tipo de prestígio. Sou um escritor, filho das minhas obras e não de cargos recebidos. Jamais me rebaixei nem me rebaixarei a disputar aquilo que para vocês é o supremo valor da existência”, conclui no vídeo intitulado “Aos generais e similares”.

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