O ministro Ernesto Araújo, que se reuniu com o chanceler israelense Gabi Ashkenazi, foi repreendido durante a cerimônia por não usar máscara. Araújo e Ashkenazi, que dividiam uma mesa e estavam a pelo menos dois metros de distância um do outro, foram chamados para posarem juntos para uma foto oficial. O brasileiro, que não usava o equipamento de proteção individual, seguia em direção ao israelense quando foi advertido pela equipe do chanceler. “Nós precisamos que coloque a máscara”, pediram. O ministro se afastou e colocou o apetrecho antes de se reaproximar do colega.
Antes de embarcar para Israel, no sábado, 6, Araújo foi criticado por postar uma foto em que aparecia sem máscara ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e da comitiva que o acompanhou ao país – e que conta com a presença dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Helio Lopes (PSL-RJ). Momentos depois, ele compartilhou uma postagem feita pelo Itamaraty no Twitter e que mostrava Araújo e seu séquito, já em solo israelense, usando o equipamento. As duas imagens foram colocadas lado a lado com as legendas “expectativa” para a imagem respeitando o uso de máscara, e “realidade”, na qual os participantes apareciam sem o item.
A postura de Araújo e de seus companheiros é um reflexo da adotada pelo presidente Bolsonaro, que já vociferou frases como “Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando?”, ao falar sobre o recorde de mortes pelo novo coronavírus, e “Pedem pro governo comprar vacina. Só se for na casa da tua mãe. Não tem pra vender no mundo”, ao responder os pedidos da população para que o Governo Federal adquira novos lotes do imunizantes.
Tamanha confusão acabou, pelo menos neste primeiro dia de trabalho em Israel, manchando a imagem do Brasil. Vale lembrar que o ministro Ernesto Araújo foi ao país tentar fechar parcerias para o desenvolvimento de vacinas e remédios para combater a pandemia da Covid-19.
Em pronunciamento, Araújo reconheceu que Israel “dá exemplo de vacinação” e está “liderando o caminho no combate à pandemia”. “Queremos ser parceiros no desenvolvimento de vacinas e de remédios que possam tanto tratar como prevenir contra a Covid”, disse Araújo. Ele disse que o Brasil “tem iniciativas interessantes” na área, sem dar mais detalhes.
Em sua fala, o chanceler israelense disse estar ciente do momento difícil pelo qual passa o Brasil em relação à pandemia, e disse que seu país “fará todo o possível” para ajudar. Israel é líder mundial em vacinação, já tendo vacinado ao menos metade da população com o imunizante da Pfizer/BioNtech.
De acordo com o Itamaraty, o ministro das Relações Exteriores brasileiro deve se reunir nesta segunda, 8, com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Além de Eduardo Bolsonaro e Helio Lopes, integram a comitiva o secretário especial de Comunicação Social, Fábio Wajngarten; o assessor especial da Presidência Filipe Martins; o embaixador Kenneth Félix Haczynski da Nóbrega; o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto; e o secretário de Políticas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia, Marcelo Marcos Morales.
Com Agência Brasil
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