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Equipes retomam buscas por desaparecidos em naufrágio no Xingu

O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil estadual coordenam as ações de busca. Até o momento são 23 sobreviventes, 16 desaparecidos e 21 mortos

Por Da Redação
Atualizado em 24 ago 2017, 18h19 - Publicado em 24 ago 2017, 09h06

Nove dos vinte e um corpos resgatados da embarcação Capitão Ribeiro, que naufragou na madrugada desta quarta-feira (23), no Rio Xingu, entre as cidades de Porto de Moz e Senador José Porfírio, no sudoeste do Pará, já foram liberados pela equipe do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. O corpo de um homem, conhecido como Sebastião,uma das vítimas, ainda aguarda oficialmente pelo reconhecimento da família. Até o momento são 23 sobreviventes, 16 desaparecidos e 21 mortos.

As equipes mantiveram as buscas  até o fim da tarde desta quarta e elas foram retomadas nesta quinta cedo. Uma balsa e embarcações da prefeitura de Porto Moz, além de lanchas do Corpo de Bombeiros, estão sendo utilizadas na operação. O helicóptero do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp) está apoiando as ações na área de buscas.

De acordo com o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, a embarcação, com capacidade entre 90 e 100 passageiros, foi ancorada próxima à margem do rio com o apoio de uma balsa para facilitar o trabalho de procura por corpos.

A identificação dos mortos está sendo feita no ginásio municipal Chico Cruz por uma equipe de oito profissionais: peritos, médico e auxiliares do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves de Belém e de Altamira. A embarcação acidentada, que saiu de Santarém, tinha como destino a cidade de Vitória do Xingu. “Fizemos entrevistas com os familiares a fim de identificar características das vítimas para ajudar no reconhecimento”, disse o perito Felipe Sá, coordenador das unidades regionais do Centro de Perícias.

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O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil estadual coordenam as ações de busca, salvamento e atendimento social da sede da Câmara Municipal de Porto de Moz, onde foi instalado um gabinete de crise com a presença das forças de segurança estaduais, poder executivo municipal e demais órgãos envolvidos na operação de resgate das vítimas do naufrágio.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros do Estado do Pará, ainda não é possível afirmar o número de passageiros, mas a estimativa é que a embarcação transportava 49 pessoas no momento do acidente. A equipe de resgate informou ainda, que os corpos foram achados por volta das 07:30, boiando em um raio de 4km do local onde o barco afundou.

Investigação

A Polícia Civil já ouviu integrantes da tripulação e sobreviventes. O dono da embarcação já foi ouvido na manhã desta quarta e informou que 48 pessoas, entre tripulação e passageiros, estavam a bordo.

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De acordo com o delegado Elcio de Deus, de Porto de Moz, muitos sobreviventes disseram que a embarcação foi atingida por uma tromba d’água, fenômeno semelhante a um tornado. “A tripulação disse ter visto, no horizonte, algo com o formato de um funil, acompanhado de muita chuva e vento forte, e que teria pego o barco pela popa e o afundado. De acordo com os relatos a embarcação girou e afundou em seguida”, informou o delegado.

Segundo o DJ e animador de festas em Altamira, Bruno Costa, de 32 anos, um dos sobreviventes do acidente, ao notar a possibilidade de naufrágio, dezenas de pessoas decidiram nadar até a margem do rio, no meio da escuridão. Ele conta que os sobreviventes ficaram cerca de seis horas nadando sem saber onde estavam e conseguiram chegar à margem apenas às 3 horas.

“Era por volta de 21h30 (de terça-feira, 22), quando começou uma tempestade muito forte. De repente, o barco começou a estalar e a afundar”, relatou Costa. Segundo ele, a lona amarrada em uma parte da embarcação para que a água da chuva não molhasse as pessoas impediu muita gente de sair do barco, provocando pânico entre os passageiros.

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A Polícia Civil deve solicitar informações à Agência de Regulação e Controle dos Serviços Públicos do Estado do Pará (Arcon) e à Capitania dos Portos sobre a autorização concedida ao dono da embarcação Capitão Ribeiro.

Segundo a Arcon, a embarcação pertence à empresa Almeida e Ribeiro Navegação e realizava “transporte clandestino de usuários”. Embora tivesse sido notificada pela fiscalização da agência no dia 5 de junho deste ano para que providenciasse a regularização, nenhum diretor da empresa compareceu ao órgão público.

(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

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