Após apelo de ministro, PMs começam a voltar às ruas em Vitória
Ministro Raul Jungmann ofereceu instalações do Exército para dar apoio aos "bons policiais" que queiram voltar ao trabalho
Um grupo de cerca 600 militares voltou a fazer policiamento ostensivo nas ruas da Grande Vitória mo final da tarde deste sábado. Todos os PMs receberam a convocação do comando-geral da Polícia Militar para se apresentarem às 16h em três pontos da cidade. Os que se apresentam fardados já saíram para trabalhar.
O retorno ao trabalho ocorre horas depois de o ministro da Defesa, Raul Jungmann, fazer um apelo para que os “bons policiais” se apresentassem e “honrassem suas fardas”. Ele ofereceu os quartéis do Exército para dar suporte a eles – especialmente o abastecimento das viaturas e as instalações para descanso.
Pelo menos 50 policiais à paisana estavam reunidos por volta das 17h na Praça Oito, no Centro da capital. Eles aguardam ordens do comando, já que não possuem fardamento e não podem fazer policiamento sem o uniforme.
Os policiais que estão fardados tinham os uniformes em casa. Os PMs não conseguem sair fardados dos quartéis porque as entradas estão bloqueadas há oito dias por mulheres de seus colegas de profissão.
Jungmann disse neste sábado que os homens do Exército e a Força Nacional de Segurança permanecerão no Estado até o término da paralisação. As Forças Armadas destacaram 3.130 homens, além de três helicópteros, sete blindados e 180 carros para patrulhar as ruas da capital capixaba – número que, segundo o ministro da Defesa, é superior ao efetivo do Estado que cruzou os braços desde sábado passado.
Sem policiais nas ruas, a capital capixaba viveu uma onda de violência, com saques, assaltos e mais de 120 homicídios contabilizados desde o último sábado. O comércio não abriu as portas durante a semana, as empresas de ônibus fecharam as garagens e a volta às aulas foi adiada.
O governador em exercício, César Colgano, disse hoje que policiais de sete cidades do interior, principalmente no norte do estado, retomaram as atividades.
O governo federal informou que também monitora a situação no Rio de Janeiro, onde foram registrados protestos em alguns batalhões.
(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)