Ex-técnico da seleção brasileira é preso por integrar máfia dos cigarros
Ele já havia sido preso em outra operação

A Operação Libertatis 2, deflagrada na última quinta-feira, 27, pela Polícia Federal (PF), prendeu Luis Antônio Verdini de Carvalho, ex-técnico da Seleção Brasileira sub-20 (em 2010) e ex-assessor da Secretaria Nacional de Futebol. Segundo as investigações, Verdini atuava como braço direito do contraventor Adilsinho, chefe de uma organização criminosa ligada ao contrabando de cigarros desde 2018. A PF aponta que ele gerenciava movimentações financeiras do grupo, que também é acusado de trabalho escravo, tráfico de pessoas e lavagem de dinheiro.
A operação cumpriu 21 mandados de prisão e apreendeu bens estimados em R$ 350 milhões, incluindo imóveis, carros de luxo e criptomoedas. As investigações, que começaram há dois anos, revelaram fábricas clandestinas de cigarros na Baixada Fluminense, onde paraguaios eram mantidos em condições análogas à escravidão. A quadrilha também contava com um serviço paralelo de segurança, formado por policiais e bombeiros, que garantiam a distribuição ilegal dos produtos.
Adilsinho, foragido e ligado ao jogo do bicho, é investigado como mandante de pelo menos 20 crimes, incluindo homicídios. Conhecido por ostentar luxo — como uma festa para 500 pessoas no Copacabana Palace durante a pandemia —, ele já foi condenado por crimes financeiros, mas teve a pena anulada. A PF também apura seu envolvimento em fraudes comerciais, falsificação e evasão de divisas, reforçando os laços entre o crime organizado e o poder público.