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Exército tem cerca de 1,8 milhão de comprimidos de cloroquina em estoque

Presidente Jair Bolsonaro gravou vídeo enaltecendo o uso do medicamento, que não tem eficácia comprovada contra o novo coronavírus

Por Mariana Zylberkan Atualizado em 8 jul 2020, 12h08 - Publicado em 8 jul 2020, 11h54
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  • O Exército tem um estoque 1,8 milhão de comprimidos de cloroquina que está aguardando destinação desde a ordem do presidente da República, Jair Bolsonaro, para aumentar a produção do medicamento, que ainda não tem comprovação científica no tratamento contra o coronavírus.

    Em entrevista no fim de junho, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, informou que havia disponibilizado 1 milhão de comprimidos ao Ministério da Saúde e que não houve mais demanda para envio de novas remessas do medicamento, o que deixou os estoques de cloroquina lotados. De acordo com dados do Ministério da Saúde, foram distribuídos 4,3 milhões de comprimidos aos estados desde o início da pandemia, menos da metade da quantidade do antiviral osetalmivir, comercializado como a marca Tamiflu, distribuída, que foi de 11 milhões. A produção extra do Exército representou cerca de 25% do montante de cloroquina distribuído.

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    De acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácia e Drogarias (Abrafarma), o país tem demanda de cerca de 100.000 comprimidos de cloroquina por mês, destinados a pacientes de uso contínuo para tratar doenças como lúpus e artrite reumatoide.

    O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu investigação para analisar a compra de matéria-prima importada da Índia com valor elevado, devido à alta na procura, para a produção extra de cloroquina pelo Laboratório do Exército. De acordo com o órgão, houve aumento de 84 vezes na produção neste ano em comparação com o mesmo período nos anos de 2017 a 2019.

    Desde a confirmação de ter contraído a Covid-19, Bolsonaro tem enaltecido a cloroquina durante o seu tratamento. Em vídeo divulgado nas redes sociais na terça-feira 7, o presidente aparece tomando um comprimido e defendendo o seu uso contra a doença. “Estou tomando aqui a terceira dose da hidroxicloroquina. Estou me sentindo muito bem, estava mais ou menos mal no domingo, mal na segunda-feira e hoje estou muito melhor do que sábado. Então, com toda certeza, está dando certo”, disse. “Eu confio na hidroxicloroquina, e você?”, continuou.

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