O ministro da Defesa, Raul Jungmann autorizou o Exército a fazer um cerco à favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, ainda nesta sexta-feira (22). A comunidade vive uma guerra entre traficantes que disputam o controle da venda de drogas desde domingo (17). Nesta manhã, o confronto levou ao fechamento de vias importantes da cidade, como a estrada Lagoa-Barra e o túnel Zuzu Angel, um dos caminhos que leva ao Rock in Rio.
Os confrontos se intensificaram depois de um racha entre bandidos da mesma facção que controla a favela. Um vídeo feito por morador mostra uma dezena de bandidos armados na parte alta da favela, que está sob o domínio do traficante Rogério 157, ex-segurança pessoal de Antônio Bonfim Lopes, o Nem, preso desde 2011 em Rondônia.
A parte de baixo da favela é dominada por bandidos ligados a Nem. O conflito entre os dois grupos começou depois que Nem se mostrou insatisfeito com a maneira com que o ex-segurança, Rogério, atuava na favela. No domingo passado, o grupo de Nem tentou retomar o controle a parte alta da Rocinha, espalhando clima de terror na comunidade. Pelo menos quatro pessoas morreram durante os confrontos.
Além do fechamento de ruas, a guerra no morro interrompeu a circulação de ônibus nesta sexta-feira e impediu que quase 3. 000 alunos fossem para a escola. Depois que a briga entre bandidos se ampliou para o asfalto, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, pediu à Defesa que autorizasse o Exército a fazer um cerco no local. Dois dias antes, Pezão afirmara não haver necessidade de acionar os militares.
A Rocinha não foi a única comunidade que acordou sob intensa troca de tiros na manhã desta sexta-feira. Outras quatro favelas do Rio registraram confrontos, entre elas o Complexo do Alemão. Um estudante foi baleado dentro de uma escola na favela e socorrido. Ele não corre risco de vida.