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‘Boechat era o ateu que praticava o amor’, diz mulher do jornalista

Familiares e amigos do apresentador, como colegas da TV Bandeirantes e o governador João Doria, se despediram no velório em São Paulo

Por Ariane Ueda, de São Paulo (SP)
Atualizado em 12 fev 2019, 14h38 - Publicado em 11 fev 2019, 23h02

O velório do jornalista Ricardo Boechat, que morreu, aos 66 anos, em um acidente de helicóptero nesta segunda-feira, 11, acontece no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, desde as 23h30, com a presença de amigos e familiares. Depois da 0h desta terça, 12, o público foi liberado para entrar.

A mulher do âncora, Veruska Seibel, e as duas filhas mais novas, Valentina, 12, e Catarina, 10, foram as primeiras a chegar ao local, no início da noite. Os outros quatro filhos, Beatriz, 40, Rafael, 38, Paula, 36, e Patricia, 29, do casamento com Claudia Costa de Andrade, chegaram logo depois. Os filhos deixaram o museu perto da meia-noite.

“Meu marido era o ateu que praticava o mandamento mais importante de todos, que é o amor ao próximo. Não consegui ver nada. Estou pedindo a Deus que dê forças nessa hora”, disse Veruska em rápido pronunciamento à imprensa.

Amigos pessoais de Boechat, como João Saad, presidente do Grupo Bandeirantes, o empresário Abilio Diniz e o governador de São Paulo, João Doria, também passaram pelo local. “Mais do que exercer um jornalismo independente e crítico, foi um grande defensor dos princípios da democracia”, disse Doria.

O jornalista Augusto Nunes, de VEJA, afirmou que “é uma perda maior para o jornalismo. Escrever sobre a morte do Boechat foi uma experiência estranha e muito dolorida”.

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Diversos colegas de TV Bandeirantes se mostraram incrédulos. “A gente se falava todo dia há doze anos, era uma pessoa espetacular”, declarou Fernando Mitre, diretor de jornalismo da emissora.

“Há doze anos, quando o Boechat assumiu a ancoragem do Jornal da Band e da rádio Band News, começou uma nova fase do jornalismo da Band e do Brasil. Era um jornalista completo, uma referência. Deu um novo modo de operar a ancoragem, absolutamente preciso na busca do fato. Era perfeccionista no modo de dimensionar o fato e exigia qualidade total no texto, sempre com uma postura crítica, cobrando de quem tinha a possibilidade do poder, esse era o Boechat jornalista. E como pessoa era maravilhoso, perdi um grande amigo”, completou Mitre.

Chefs de cozinha do programa Masterchef, da Band, também compareceram. “Ele sempre falava a verdade, não tinha medo de falar. Era uma pessoa que todo mundo amava”, comentou Érick Jacquin. “Não caiu a ficha, fiquei o dia todo abalado”, disse Henrique Fogaça.

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O apresentador Otávio Mesquita lembrou o lado brincalhão de Boechat: “A gente tinha uma relação bem divertida. Ele apresentava um lado cômico que tem muito a ver comigo”. O narrador da Bandeirantes Ulisses Costa disse que ele era uma pessoa “preocupada com a sociedade e com o crescimento do país”. “Não estou acreditando ainda. Sabe quando você está vendo uma obra maravilhosa sendo feita e, de repente, quem está construindo desaparece e ela fica inacabada? É este o vazio, Um sentimento de perda irreparável.”

O jornalista esportivo Mauro Beting, que trabalhou com Boechat na Bandeirantes, também destacou o lado humano do colega: “Conseguia ser melhor pessoa do que jornalista. Por isso era um jornalista melhor”.

O velório no MIS acontece até as 14h desta terça. Em seguida, o corpo do jornalista será cremado em uma cerimônia reservada, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.

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A pedido do presidente Jair Bolsonaro, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, vai representá-lo no velório e sepultamento do jornalista. Segundo o presidente, ele e o jornalista eram amigos “há mais de 30 anos”. Bolsonaro disse que o apelido “Jacaré” foi dado por ele a Boechat.

(Com Agência Brasil)

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