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FHC parece ‘jovem estudante’ ao pedir renúncia de Temer, diz Maia

Tucano defendeu que peemedebista tenha bom senso e convoque eleição o quanto antes; para presidente da Câmara, declaração põe mais pressão na crise política

Por Nicole Fusco
Atualizado em 4 jun 2024, 20h35 - Publicado em 26 jun 2017, 20h32

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta segunda-feira o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) por ele tentar encurtar o mandato do presidente Michel Temer (PMDB). Nesta segunda-feira, o ex-presidente escreveu um artigo para o jornal Folha de S. Paulo no qual disse que o peemedebista deveria reduzir seu mandato e fez um apelo ao seu “bom senso”.

De acordo com Maia, o tucano não colabora com sua experiência de dois mandatos como presidente, mas, ao contrário, tem colocado “mais pressão na crise política”. “Parece que ele quer participar desse processo como se fosse um jovem estudante querendo marcar uma posição”, disse Maia após um evento sobre reforma política na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo.

Maia afirmou que as pessoas estão muito “precipitadas” para tirar Temer do cargo. Ele disse que a situação do presidente “é grave”. “Tudo é grave, ninguém está dizendo que não é.” Sobre a denúncia que foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República, o presidente da Câmara disse que os deputados devem votar de acordo com suas “consciências”. Uma denúncia contra o presidente só será julgada pelo Supremo Tribunal Federal se for aceita pelo Congresso Federal.

Reformas

Maia prometeu que a reforma política vai avançar na Casa até setembro. Em relação às mudanças nas regras eleitorais, ele defendeu a lista pré-ordenada – o eleitor vota em partidos, que apresentam previamente uma relação dos seus candidatos -, que classificou como “sistema atual melhorado”. No entanto, admitiu que há muita resistência à proposta. “É provável que a discussão caminhe para o voto distrital misto”, disse.

De acordo com ele, a crise política atual é uma oportunidade para mudar o sistema político, que, na opinião dele, está “falido”. “A gente tem a obrigação de nos próximos meses aproveitar a oportunidade, que não é uma oportunidade boa, de uma crise política profunda, e discutir a reforma política.”

O presidente da Câmara afirmou que, mais do que um bom discurso, os parlamentares precisam “falar a verdade para a população”. Segundo ele, há muitas pessoas divulgando informações contrárias às reformas trabalhista e da Previdência, que “são prioridade.” “Precisamos reestruturar o Estado brasileiro”, defendeu.

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