O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) vai acompanhar o pai, o presidente Jair Bolsonaro, em visita oficial a Jerusalém, em Israel, entre 31 de março e 3 de abril. O senador informou ao Senado que o convite partiu “do Presidente da República do Brasil e da Organização Médica Hadassah”.
Envolvido em uma investigação por supostas movimentações atípicas em suas contas bancárias, o senador tem agido discretamente. Em dezembro, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentações atípicas nas contas de Flávio.
Esta será a primeira vez que ele vai viajar ao lado do pai em uma missão oficial ao exterior. Na visita anterior, para os Estados Unidos, Bolsonaro levou consigo o filho Eduardo, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, que conseguiu sobressair-se e substituir o chanceler Ernesto Araújo no encontro privado com o americano Donald Trump, na Casa Branca.
O senador solicitou “licença para desempenhar missão política ou cultural de interesse parlamentar, sem ônus para o Senado Federal” em Jerusalém. O pedido foi autorizado pelo primeiro vice-presidente do Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG). A assessoria do senador não havia informado até a conclusão desta reportagem com que recursos a viagem será paga.
Viagem
O embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, informou há duas semanas que Bolsonaro vai se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, logo no domingo 31, o primeiro dia da visita oficial, durante um jantar.
Segundo Shelley, o foco da pauta será melhorar as relações comerciais entre os dois países. Ele também contou que os governos podem assinar atos de defesa, segurança e ciência e tecnologia. Além disso, destacou a importância do intercâmbio de informações em áreas como saúde e segurança.
Ao estreitar as relações entre o Brasil e Israel, o governo de Bolsonaro pretende agradar especialmente à bancada evangélica no Congresso. Por enquanto, seu gabinete não decidiu sobre sua promessa de campanha de transferir a embaixada brasileira de Tel-Aviv para Jerusalém, o que corresponderia ao reconhecimento da soberania israelense sobre a cidade sagrada. O anúncio dessa medida não está previsto.