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Foliões morrem baleados após briga em posto de gasolina em SP

Rapazes se envolveram em briga porque queriam usar o banheiro; testemunha disse que autor dos disparo foi um frentista

Por Da Redação
Atualizado em 5 fev 2018, 14h07 - Publicado em 5 fev 2018, 13h45
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  • Dois foliões foram mortos a tiros na noite de sábado (3), em um posto de gasolina na Avenida Rebouças, em Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo, depois de uma briga. A discussão deixou também outras duas pessoas feridas. Os quatro estavam em um grupo que ia participar dos blocos de Carnaval na região.

    Professor de educação física, Bruno Gomes da Silva, de 31 anos, morreu no local — ele chegou a ser atendido na Santa Casa, no centro da cidade, mas não resistiu aos ferimentos. O metalúrgico João Batista Moura da Silva, de 30, chegou a ser socorrido, mas também não resistiu, segundo confirmação do Hospital das Clínicas nesta segunda-feira (5)

    Um terceiro ferido, o empresário Rodrigo Beralde da Silva, de 34 anos, foi levado ao HC, mas foi transferido para o Hospital Nove de Julho, onde permanece internado desde sábado. O irmão de Beralde disse que ele “estava bem”. O operador de máquinas Fernando Avelino, de 28 anos, estava no local e foi ferido por uma barra de ferro no braço, porém não precisou ser socorrido.

    A discussão começou depois que parte do grupo foi urinar em uma área com sacos de lixo, já que funcionários do posto não teriam permitido que eles usassem o banheiro do local. A polícia foi acionada para atender a ocorrência de disparo de arma de fogo no estabelecimento. No local, Bruno, João Batista e Rodrigo foram encontrados com ferimentos.

    O caso está sendo investigado pelo 14º DP de Pinheiros, que registrou a ocorrência como homicídio tentado e consumado e aguarda o posto de gasolina fornecer as imagens das câmeras de segurança para continuar as apurações. Nesta segunda-feira, a polícia começou a colher depoimentos de testemunhas. Uma delas afirmou que o autor dos disparos foi um funcionário do posto. A polícia informou que os frentistas foram ouvidos no final de semana.

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    Depoimentos

    O crime ocorreu por volta das 19h30. Amigos das vítimas relataram à polícia que estavam em um grupo de 12 pessoas saindo do bloco Maluco Beleza, no Parque do Ibirapuera, na zona sul da capital, e seguiam em dois carros para o Largo da Batata, na zona oeste, onde ocorriam blocos de pré-carnaval. Segundo as testemunhas, os amigos pararam no posto de gasolina para abastecer os veículos quando as meninas desceram e pediram aos frentistas para fazer xixi.

    Funcionários do posto teriam apontado para a lateral, indicando que elas poderiam urinar próximo aos sacos de lixo. Em seguida, Souza e Beraldi também teriam seguido para também urinar. Amigos disseram que Souza estava “bêbado e alterado”. Além de urinar, ele também teria ido vomitar no local.

    Amigo dos três homens, o operador de máquinas Fernando Avelino também estava no local e ficou ferido no braço. Ele conta que um frentista teria tentado fechar o portão gradeado com Souza e Beraldi do lado de dentro, dizendo que os amigos não poderiam usar aquele local.

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    “Fomos eu e um amigo meu pedir para não trancar porque tinham dois rapazes lá. Estavam fazendo xixi. O frentista disse que ia fechar porque não podia ficar ali. Aí chegou um outro rapaz dizendo que era subgerente do posto, falando super ignorante que não era para usar ali. Só queríamos esperar eles saírem”, relata Avelino.

    Segundo o amigo das vítimas, quando Souza e Beraldi saíram da lateral do posto e os grupos seguiam para o carro, o subgerente do estabelecimento teria começado a discutir com um dos integrantes do grupo e tentado dar um tapa na cara dele.

    “Eu vi, cheguei e empurrei ele, falando ‘a gente só queria usar o banheiro, não há necessidade disso’. Nisso, chegou um (homem) que provavelmente era um frentista, porque estava com a jaqueta do posto, atrás dele, com a barra de ferro e veio me atingir na altura da minha cabeça, porém eu coloquei o braço”, conta Avelino. “(A barra) pegou no meu braço. Nessa hora, dei uns passos para trás por conta da pancada. E ele, o agressor, deu uns passos para trás e sacou a arma. Aí foi salve-se quem puder.”

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    A testemunha, que correu para se esconder atrás do carro, relata ter ouvido seis disparos. A esposa dele foi se esconder em uma drogaria. “Quando saí (de trás do carro), já vi os três no chão” diz Avelino. “Peguei o Rodrigo (Beraldi). Ele estava consciente e me disse ‘me leva para o hospital'”. Além de Beraldi, o operador de máquinas levou ainda João Batista Moura da Silva para o Hospital das Clínicas.

    Os dois primeiros dias de carnaval em São Paulo indicaram para o maior público já registrado – e para a consolidação de vez da festa de rua. No domingo (4), só o bloco Acadêmicos do Baixo Augusta reuniu 1 milhão de pessoas na Rua da Consolação, no Centro, segundo os organizadores. E os 2 milhões de foliões estimados pela Prefeitura para sábado já equivalem ao público dos 381 blocos que saíram às ruas em 2017.

    (com Estadão Conteúdo)

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