Três dias depois do anúncio da intervenção federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro, forças de segurança iniciaram na noite desta segunda-feira (19) uma operação nas divisas do estado. Mais de 3.000 integrantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, em conjunto com policiais civis e militares, Força Nacional de Segurança e Polícia Rodoviária Federal (PRF), montaram pontos de bloqueio e fiscalização nas vias de acesso ao RJ.
Um dos temores demonstrados por governadores de São Paulo, Minas Gerais e do Espírito Santo é o de que criminosos tentem deixar o Rio de Janeiro e busquem refúgio nos estados vizinhos. A operação é uma forma de tentar prender fugitivos, além de impedir a entrada de armas e drogas.
O Comando Militar do Leste (CML) informou que a ação não é decorrente da intervenção, mas das atividades de cooperação que já vinham sendo desencadeadas desde o ano passado. Entres os objetivos, está a apreensão de armas, munições, drogas e cargas roubadas.
O CML ressaltou que a operação é da Secretaria de Segurança do Rio e os demais órgãos entraram com apoio. As ações estão no âmbito do decreto do presidente Michel Temer (MDB) da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), assinado em 28 de julho de 2017 por causa da escalada da violência no Estado.
“Algumas vias e acessos nas áreas de operações podem ser interditados e setores do espaço aéreo poderão ser controlados, oportunamente, com restrições dinâmicas para aeronaves civis. Não há interferência nas operações dos aeroportos”, diz nota do CML.
São feitos bloqueios com veículos blindados e aeronaves em acessos ao Rio pela BR-101, ao norte e ao sul do estado; na BR-116, nas divisas a nordeste e ao sul e na Baixada Fluminense; e na BR-040, no oeste do estado.
Região metropolitana
As equipes também estão presentes no Arco Metropolitano e em São Gonçalo, nas comunidades do Salgueiro e Jardim Catarina. Em novembro do ano passado, sete pessoas morreram no Salgueiro numa operação policial que contou com militares do Exército.
A intervenção federal tem duração prevista para até o fim deste ano. É a primeira do tipo desde a promulgação da Constituição Federal, há 30 anos. A justificativa foi a escalada da violência no Rio, cujos índices vêm se agravando nos últimos anos. Os governos federal e estadual ainda não explicaram por que a intervenção veio especificamente neste momento.
(com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)