O ex-governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), preso desde novembro de 2016 sob acusação de corrupção, tornou-se réu pela sétima vez, agora acusado de fraude em licitações e recebimento de propinas de 5% sobre o valor das obras de reforma do Maracanã e no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) das Favelas. A denúncia, feita pelo Ministério Público Federal (MPF), foi aceita pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro.
Além do ex-governador, outras 19 pessoas, entre agentes públicos e empresários, foram denunciadas. A ação do MPF é resultado de duas operações da Polícia Federal, a Saqueador e a Calicute. Na denúncia, Cabral é apresentado como “líder de organização criminosa”. Os procuradores afirmam que o ex-governador e representantes de empreiteiras fraudaram a licitação das obras de reforma e modernização do estádio do Maracanã. A obra havia sido orçada em R$ 700 milhões, mas, com os aditivos, custou aos cofres públicos R$ 1,2 bilhão. Pelo menos R$ 35 milhões teriam sido pagos em propina.
Há, ainda, suspeita de superfaturamento em lotes envolvendo obras das favelas de Manguinhos, do Complexo do Alemão e da Rocinha – as licitações foram feitas dentro do PAC direcionado a favelas.
Dentre os denunciados estão também o ex-secretário de Obras na gestão de Cabral, Hudson Braga, e o ex-secretário de Governo, Wilson Carlos. Braga já está preso no Complexo de Gericinó, no Rio, e Wilson Carlos em Curitiba. A reportagem não conseguiu contato com as defesas, para que se pronunciassem sobre as acusações.
(Com Estadão Conteúdo)