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Funk destrona o axé no berço de Ivete e Daniela Mercury

Se depender dos adolescentes, o ritmo carioca promete ficar na parada de sucesso por muito tempo

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 11 fev 2018, 10h44 - Publicado em 11 fev 2018, 10h44

Definitivamente, o axé perdeu a preferência na folia para o funk. Prova disso é que a capital do gênero vem sendo tomada por cantoras como a agora “internacional” AnittaJojo Todynho, dona do hit mais badalado e contestado do verão: Que Tiro Foi Esse. Já tem até quem diga que o Carnaval baiano está com sotaque dos morros cariocas e, se depender dos adolescentes, o ritmo promete ficar na parada de sucesso por muito tempo.

“Nem ligo para axé music. Estou saindo agora de casa para ver Anitta. Se Jojo Todynho vai junto, então é beleza total”, diz a estudante Sofia Rolim, de 14 anos. Amiga de Sofia, a também estudante Bruna Lima, de 14 anos, faz coro. “Não conheço muito de axé e gosto da Anitta. Além dela, vou querer ver a Pabllo Vittar na terça-feira. Já disse à minha mãe que estou colada na Pabllo, e ela prometeu me levar.” Alok, Anitta, Jojô Todynho e Pabllo Vittar estão entre as atrações mais aguardadas dos jovens soteropolitanos.

O certo é que, sem o carisma de Ivete Sangalo, que deu à luz duas meninas ontem, a nova geração opta por funk, rap, pop e música eletrônica. Até a geração dos que tem mais de 30 anos preferiu shows de camarotes com atrações de fora. “Gosto de pagode, rap, pop e musica eletrônica, mas já não tenho mais vontade de correr atrás de um trio. É cansativo. Prefiro a comodidade dos camarotes”, diz o engenheiro químico André Vitória.

Na ausência de Ivete, o destaque fica para Anitta, que levou seu Bloco das Poderosas para o terceiro ano consecutivo no Barra-Ondina. E continua a reunir multidões sem cordas ou venda de abadás. Ela representa uma nova corrente em um Carnaval que não é mais aquele, como diziam anos atrás, que não tem dia nem hora para terminar. Poucos blocos foram às ruas na quinta — e poucos são esperados na terça.

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E até o fim haverá espaço para forasteiros. O goiano Alok, eleito o 19.° melhor DJ do mundo pela revista DJ MAG em 2017, fechará o espetáculo em seu próprio trio, o Pipoca do Alok, no dia 13, a partir das 16h30, no Farol da Barra.

Imprevistos

O Carnaval de Salvador começou com imprevistos desde a abertura oficial, que foi adiada de quarta para quinta e trocou de endereço — do circuito tradicional Osmar (Campo Grande) para o Dodô (Ondina). O rapper Pitbull passou mal e não pôde subir ao trio ao lado de Claudia Leitte, uma das raras atrações da casa que mantêm público.

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Neste ano, a cantora se rendeu a um dos gostos da nova geração. Estava de jogadora de futebol americano, com direito a maquiagem facial. E, solta na festa, fez homenagens a Ivete Sangalo — embora fãs das duas mantenham atritos.

Com essas mudanças de hábitos e gostos, o Carnaval de Salvador começa a ser repensado e, para 2019, os organizadores prometem trocar os tradicionais circuitos por outros locais da orla. Os camarotes, por exemplo, devem ir para a Arena Fonte Nova. São os sinais dos novos tempos.

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