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Governo avalia possível afastamento de diretoria da Vale, diz Mourão

Presidente interino ponderou, contudo, que não sabe se o gabinete de crise montado pelo Planalto para o desastre de Brumadinho pode fazer essa recomendação

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 28 jan 2019, 20h03 - Publicado em 28 jan 2019, 15h40

O presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, afirmou nesta segunda-feira, 28, que o gabinete de crise do governo está estudando a possibilidade de a diretoria da Vale ser afastada de suas funções durante as investigações sobre o desastre de Brumadinho, com o rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão.

“Essa questão da diretoria da Vale está sendo estudada pelo grupo de crise. Vamos aguardar quais são as linhas de atuação que eles estão levantando”, disse Mourão a jornalistas ao deixar o Palácio do Planalto. O presidente interino, no entanto, admitiu não saber se o grupo pode fazer tal recomendação. “Tenho que estudar, não tenho certeza”, afirmou.

O gabinete de crise se reuniu na manhã desta segunda. Participaram da reunião os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, da Secretaria de Governo, general Santos Cruz, do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, de Minas e Energia, almirante Bento, e da Defesa, Fernando Azevedo.

Mourão defendeu uma punição rigorosa para os culpados, inclusive criminalmente. “Primeiro a punição que dói no bolso, que já está sendo aplicada; e segundo, se houve imperícia, imprudência ou negligência por parte de alguém dentro da empresa, essa pessoa tem que responder criminalmente. Afinal de contas, quantas vidas foram perdidas nisso daí?”, disse.

O presidente interino destacou também que a primeira parte da ação já está sendo feita, com o rescaldo da área, o socorro às vítimas e o resgate de corpos. “Infelizmente, a cada dia que passa é menos provável que a gente encontre alguém com vida, mas não podemos perder as esperanças”, disse.

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Questionado sobre se, após o desastre, o governo poderia fazer uma defesa mais enfática do meio ambiente, levando o tema para o centro das decisões, Mourão afirmou que o presidente Jair Bolsonaro já sinalizou tal posição no Fórum Mundial Econômico, em Davos, na Suíça, por causa da discussão sobre a permanência do Brasil no Acordo de Paris.

“Eu também já disse que nós não podemos nos furtar, que essa é uma questão moderna. Aumentou demais o número de pessoas na Terra, a exploração econômica de modo que a gente possa alimentar essas pessoas todas é enorme e a gente tem que de todas as formas preservar, porque é o nosso planeta né, se não vamos ter que viver em Marte”, declarou.

Hamilton Mourão voltou a defender que as buscas por sobreviventes ou por corpos de vítimas devem ser feitas por grupos especializados, como o Corpo de Bombeiros e as forças de Israel. Ele também afirmou que a tragédia não deverá ser tratada na reunião do conselho de ministros marcada para esta terça. “Vamos aguardar o retorno do presidente, que voltará zerado, pronto para correr, nadar e fazer tudo a que tem direito”, disse.

Mourão assumiu a presidência da República interinamente nesta manhã porque o presidente Jair Bolsonaro passa por uma cirurgia em São Paulo para a retirada da bolsa de colostomia.

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