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Governo do ES atribui greve de PMs a ‘lideranças políticas’

O governador do Estado, Paulo Hartung (PMDB), afirmou também que não haverá aumento do salário dos PMs – uma das reivindicações da categoria

Por Maria Clara Vieira, de Vitória
Atualizado em 4 jun 2024, 20h00 - Publicado em 8 fev 2017, 10h50
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  • O governador em exercício do Espírito Santo, César Colnago (PSDB), disse que a greve dos policiais militares que resultou no caos na segurança pública no estado tem sido estimulada por lideranças políticas e deputados. Em cinco dias de crise, foram registrados 87 assassinatos, média de 17,4 por dia, bem superior à do ano passado, que foi de 3,2.

    “Esse movimento tem sido estimulado por lideranças políticas também. A forma de protestar está errada e fere a Constituição. O efetivo da PM é de 10.000 homens. No momento, tem 1.200 homens das Forças Armadas e Força Nacional patrulhando as ruas. Esse movimento está envergonhando os militares”, afirmou Colnago.

    O secretário de Segurança do Estado, André Garcia, também atribuiu a greve a “atores políticos” e afirmou que na terça-feira cerca de 500 policiais voltaram ao trabalho, mas abandonaram o patrulhamento após intervenção de políticos. “A conversa voltou à estaca zero porque durante o processo houve a interferência de atores políticos. Esse processo foi sabotado por deputados”, afirmou Garcia.

    Segundo o governador licenciado Paulo Hartung (PMDB), que se recupera de uma cirurgia para retirada de um tumor, as mulheres dos PMs, que estão bloqueando a saída dos batalhões, foram recebidas na última sexta, sábado e segunda pelo governo, mas não há como conceder aumento e atender às reivindicações. “Não temos como aumentar o salário de ninguém, não podemos tratar de apenas uma categoria. Estamos sendo francos. Vivemos uma crise de 13 milhões de desempregados, não precisamos passar por mais essa. Está aberto o dialogo desde que desobstruam a passagem (das viaturas nos batalhões0”, afirmou o governador.

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    De acordo com o governador, o aumento solicitado pelos PMs custaria meio bilhão de reais ao Estado. “Onde vamos arrumar esse dinheiro? Nós fechamos 2016 com o maior sacrifício. Vamos aumenta o ICMS? Alguém é a favor de a gente aumentar a carga tributária no meio da maior crise financeira? É preciso ter bom senso”, finalizou.

    A Polícia Militar do Espírito Santo está há quatro anos com o salário congelado. A defasagem salarial é apontada como principal motivo de a PM não sair às ruas.  O salário bruto de um PM hoje é de 2.646,12 reais, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social. A média nacional, no entanto, é de cerca de 3.500 reais ao mês. O salário dos militares capixabas aparece em último lugar no ranking de piso salarial da PM em todos os Estados, segundo levantamento da Associação Nacional de Entidades Representativas de Policiais Militares e Bombeiros Militares (Anermb).

    Entenda o caos

    A crise começou no último sábado, principalmente na região metropolitana de Vitória, quando familiares de policiais militares passaram a protestar em frente aos batalhões impedindo a saída dos veículos, o que deixou as ruas praticamente sem policiamento.

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    Os PMs, que são proibidos por lei de fazer greve, reivindicam reajuste salarial e pagamento de auxílio-alimentação, auxílio-periculosidade, insalubridade e adicional noturno aos PMs. A Justiça do estado classificou a paralisação como “greve branca” e estabeleceu uma multa no valor de 100 mil reais às associações que representam os policiais capixabas, caso haja descumprimento da decisão.

     

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