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Gramado busca atrair turistas e vira símbolo da reconstrução do RS

Cidade apresenta uma programação intensa para os visitantes

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 8 mar 2025, 08h00

No início de 2024, quando os primeiros dados referentes ao ano anterior começaram a ser contabilizados, a Secretaria de Turismo de Gramado, no Rio Grande do Sul, apontou um recorde: a cidade havia recebido em um ano mais de 8 milhões de turistas, de passagem ou em visita demorada, atraídos pela arquitetura de inspiração europeia, o charme, as hortênsias e o vinho. Entre os profissionais do setor, havia uma expectativa de que os doze meses seguintes seriam ainda mais movimentados. Contudo, a tragédia das enchentes no estado, entre o final de abril e o começo de maio, representou freio e recuo. O colorido deu lugar ao cinza, o sorriso, ao choro pelas vidas perdidas.

A cidade não foi tão afetada quanto Porto Alegre, é verdade, mas os estragos foram severos. Após as chuvas, cerca de 500 hotéis e restaurantes fecharam as portas. No bairro Piratini, uma rua desmoronou por causa do excesso de chuvas. A destruição de rodovias de acesso a Gramado e o fechamento prolongado do aeroporto Salgado Filho, na capital gaúcha, tiveram grave impacto. Houve tempo ainda de evitar o pior cenário para o turismo no final de 2024 — Gramado recebeu 6,5 milhões de turistas no ano passado, o que não foi suficiente para acabar com a dúvida sobre quanto tempo seria necessário para a recuperação do turismo no patamar anterior às enchentes.

SOFISTICAÇÃO - O Castelo Saint Andrews, com vista para o verde do Vale do Quilombo: uma das atrações de luxo
SOFISTICAÇÃO - O Castelo Saint Andrews, com vista para o verde do Vale do Quilombo: uma das atrações de luxo (Reprodução/Instagram)

Aos poucos, no entanto, os temores vão se dissipando e o que se vê por lá é uma onda de otimismo. Estima-se fechar o primeiro trimestre com 1,5 milhão de visitantes. Mantido esse ritmo, a cidade deve receber em 2025 cerca de 8 milhões de turistas. Assim, Gramado vem se tornando um símbolo da reconstrução gaúcha. A temporada se aproxima com um brinde. Entre fevereiro e março, a cidade faz uma festa para celebrar a vindima, a tradicional colheita das uvas. Embora algumas regiões tenham começado o processo mais cedo, como a Campanha Gaúcha, na direção da fronteira com a Argentina e o Uruguai, por conta do calor acima da média, a celebração deste ano tem um sabor especial. Após a quebra de safra de 30% em 2024 e dos efeitos devastadores das enchentes, a expectativa dos viticultores é de uma produção acima da média em termos de qualidade. Os visitantes podem degustar rótulos locais e participar de atividades como a pisa das uvas. A Vindima 2025 comemora também os 150 anos da imigração italiana, com atividades gastronômicas.

A programação atrelada aos vinhos, com a presença de enólogos em jantares harmonizados, virou ímã. “O vinho tem atraído muita gente, com a participação de produtores de cidades vizinhas, como Bento Gonçalves, Garibaldi e Caxias do Sul”, diz o empresário Guilherme Paulus, dono do gramadense Castelo Saint Andrews, com vista para o Vale do Quilombo, e fundador da CVC Viagens. O hotel de luxo, com diárias a partir de 3 200 reais, tem uma agenda que incluiu até um baile de Carnaval veneziano, voltado para quem busca experiências mais sofisticadas.

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PREJUÍZO - Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre: acesso fechado em 2024
PREJUÍZO - Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre: acesso fechado em 2024 (Evandro/Agência Enquadrar/Folhapress/.)

Para além do mundo dos vinhos, uma das apostas para atrair turistas é o NBA Park, inaugurado em 2023. Trata-se do primeiro parque temático dedicado ao basquete americano fora dos EUA, com museu e quadra oficial. Na vizinha Canela, a apenas vinte minutos de Gramado, fica o Space Adventure, parque temático dedicado à exploração espacial, com peças originais trazidas de coleções da Nasa.

Além de recuperar os turistas brasileiros que fugiram de Gramado por causa da imagem das chuvas, o desafio local é trazer mais estrangeiros. “É preciso viajar e participar de feiras internacionais para vender nossos atrativos no exterior”, diz Guilherme Paulus. A receita não serve apenas para Gramado, evidentemente. Atrair um público internacional maior é essencial para estimular um setor que contribui com 7,7% do PIB nacional. Poderia ser ainda mais. Na Espanha, por exemplo, representa 12%. Com a diversidade brasileira, potencial não falta. E cidades como Gramado podem assumir um papel relevante. Atrativos como a arquitetura europeia, o charme do local, as hortênsias e o vinho estão de volta para quem deseja curtir as delícias do renascido município da Serra Gaúcha.

Publicado em VEJA de 7 de março de 2025, edição nº 2934

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