Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Grupo pró-ditadura organiza bloco de Carnaval fora das ruas

Organização mantém local de evento em segredo e promete "marchinhas opressoras", mirando movimento feminista e LGBT

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 17h41 - Publicado em 11 jan 2018, 16h55

Mesmo diante da repercussão negativa e das ameaças de processos judiciais por apologia ao crime de tortura, o movimento Direita São Paulo vai promover o bloco “Porão do DOPS” no Carnaval de 2018 na capital paulista. O nome é uma alusão ao local conhecido por ser um centro de tortura de presos políticos durante a ditadura militar.

“Não acho que isso progrida, mas nosso departamento jurídico estará a postos, pronto para reagir”, diz Douglas Garcia, que participa do movimento. O local do evento ainda é segredo, segundo ele, porque o dono da casa noturna que o sediaria “sofreu ataques da extrema-esquerda” — mas ele garante que o grupo já conseguiu um novo abrigo.

Ele acrescenta que o evento não consta do calendário oficial da prefeitura porque não desfilará pelas ruas e vai permanecer em local fechado. Criticado pela escolha do nome, Garcia disse que a intenção era “fazer uma graça, tirar sarro”. Além disso, ele não concorda com os documentos e decisões judiciais que ligam o Dops à tortura.

O “Porão do Dops” promete causar polêmica para além de seu nome. O grupo prepara uma série de adaptações de músicas carnavalescas para compor um repertório de “marchinhas opressoras”, cujos alvos preferenciais são os movimentos feminista e LGBT.

Para Douglas Garcia, o evento pretende ser um “contraponto” ao Bloco Soviético, de viés de esquerda e que desfilou nos últimos anos da cidade. “Se pode ter um bloco que faz apologia à morte de milhões de pessoas, por que não podemos fazer um bloco de direita, ainda mais não sendo de nada criminoso?”, questiona.

O principal homenageado do grupo é o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que chefiou o DOI-Codi, divisão de repressão e inteligência da ditadura, e foi o primeiro militar considerado culpado pelo crime de tortura no Brasil, em 2008. Mas isso não abala a defesa de Ustra por Douglas Garcia. Ele contemporiza alegando que a condenação do general, morto em 2015, ainda não “transitou em julgado”. “E a Comissão da Verdade era um tribunal de exceção, que não ouviu familiares de militares, só dos guerrilheiros”, completa.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.