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Guiné Equatorial exige de volta os US$ 16 milhões apreendidos no Brasil

Fortuna foi encontrada em bagagens da comitiva do filho do ditador do país; Brasil diz que a delegação não tinha imunidade diplomática

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h09 - Publicado em 18 set 2018, 15h29

A Guiné Equatorial exige a devolução dos mais de 16 milhões de dólares em dinheiro e joias apreendidos pela Polícia Federal e pela Receita no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). O montante foi recolhido das bagagem da comitiva de Teodoro Nguema Obiang Mangue, vice-presidente do país e filho do ditador Obiang Nguema Mbasogo.

O ministro da Relações Exteriores da Guiné Equatorial, Simeon Oyono Esono Angue, considerou a apreensão “um comportamento inadequado e hostil” e “exigiu” que a soma seja devolvida ao vice-presidente Mangue, de acordo com a rede estatal de televisão TVGE.

“O vice-presidente estava em uma viagem particular no Brasil e todos os viajantes internacionais estão sujeitos às regras nacionais aeroportuárias, onde os serviços de alfândega e da polícia fazem o seu trabalho”, respondeu o embaixador do Brasil em Malabo, Evaldo Freire, à mesma TVGE .

Freire foi convocado pela chancelaria da Guiné Equatorial na segunda-feira (17) para dar explicações. A Receita Federal proíbe aos viajantes nacionais e estrangeiros ingressar no país, sem declaração, com mais de 10.000 reais.

Na sexta-feira, porém, a Polícia Federal e a Receita apreenderam cerca de 1,5 milhão de dólares em dinheiro em uma das malas da comitiva de Mangue e relógios de luxo, no valor de cerca de 15 milhões de dólares, em outra bagagem.

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Mangue alegou que viera ao Brasil para um tratamento médico e que seguiria, com sua comitiva de 11 pessoas, para Singapura para encontros oficiais. Como delegação não estava em missão oficial no Brasil, apenas a imunidade diplomática de Mangue foi reconhecida.

Mangue aguardou dentro de um carro, no aeroporto, enquanto as autoridades brasileiras revistavam as bagagens de sua comitiva. Segundo uma fonte diplomática citada pelo jornal Estado de São Paulo, Mangue trouxe esta grande quantidade de dinheiro para pagar o tratamento médico a que seria submetido em São Paulo. Os relógios, entretanto, seriam para uso pessoal.

O vice-presidente da Guiné Equatorial foi condenado a três anos de prisão na França, em outubro de 2017,  por lavagem de dinheiro. Mangue visitou o Brasil várias vezes. Seu pai está no poder há 38 anos. A família do ditador é conhecida pela ostentação material, com dezenas de carros de luxo e mansões adquiridas em países ricos. A sua fortuna já foi estimada em centenas de milhões de dólares.

 

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